Análise: recuo excessivo provocou empate do Vasco contra o Ceará
Pode um time de futebol cansar com 20 minutos do primeiro tempo? Pois foi a partir daí, logo após o golaço marcado por Rossi, que o Vasco abdicou de jogar futebol contra o Ceará. Na etapa final, o cansaço se somou à postura do time, e o empate em 1 a 1 acabou sendo considerado justo pelo técnico Vanderlei Luxemburgo.
Em boa entrevista coletiva, o treinador reconheceu que o time sentiu problemas físicos. Ressaltou que o problema não está na preparação, mas neste jogo específico. É, de fato, difícil de entender: o Vasco não vinha apresentando tais questões e teve uma semana cheia para treinar, com direito a dois dias de folga.
É justo, portanto, resumir a queda brusca de rendimento do time somente ao cansaço?
A grande questão é que o Vasco foi muito bem nos minutos iniciais. Aproveitou um Ceará extremamente instável psicologicamente, com uma torcida local impaciente, e fez seu jogo tranquilamente. Trocou passes, aproveitou contra-ataques, abriu o placar.
A partir daí, tudo mudou. Mesmo com o Ceará praticamente tropeçando na bola e levando pouquíssimo perigo, o Vasco abdicou de jogar. As jogadas de ataque se desenhavam, nítidas, mas os jogadores não conseguiam executá-las.
Alterações não surtem efeito
As mudanças de Luxemburgo não funcionaram. Ele tirou o jovem Bruno Gomes ainda no primeiro tempo, após um jovem levar cartão amarelo. Luxemburgo revelou que viu o árbitro discutindo com o garoto e decidiu mudar para evitar uma expulsão. Mas Raul, vindo de lesão, não entrou bem.
Tampouco foi bem Felipe Ferreira. Ele entrou no intervalo no lugar de Marrony, que se queixou de dores no joelho. Foi mais uma substituição forçada de Luxa, que, na verdade, queria tirar Ribamar e dar mais velocidade ao time.
A terceira substituição foi natural. Guarín fez seu primeiro jogo como titular e esteve discreto. Naturalmente, não teria gás e deu lugar a Fellipe Bastos.
Abafa do Ceará
Talvez Luxemburgo pudesse dar mais fôlego ao time com a entrada de um volante com mais vitalidade, como Andrey ou Marcos Junior. Fato é que nenhum dos jogadores que foram acionados foram bem. E o Vasco "arriou".
Sem força física na frente - Ribamar e Rossi chegaram a ser atendidos e sentiram demais o desgaste -, o Vasco virou presa fácil para o Ceará. E o time anfitrião fazia pouco por merecer: num clima de extrema impaciência que vinha da arquibancada, o Vozão mal conseguia trocar passes. Num abafa de fim de jogo, conseguiu o empate em lance polêmico decidido pelo VAR.
Por mais que Luxemburgo cite o cansaço como problema, é difícil imaginar que só isso levou o Vasco à postura apresentada no jogo. O lamento fica porque era um jogo acessível para que o time continuasse sua ascensão rumo à parte de cima da tabela. Para voltar a sonhar com a Libertadores, a equipe precisará jogar como candidata a tal.
Fonte: ge