Análise: O Vasco precisa se reequilibrar
Não é novidade! O Vasco repetiu as mesmas lacunas em seu sistema defensivo. Algo que já havia ocorrido em outras partidas desta temporada e, principalmente no empate com o Água Santa na última quinta-feira. O Nova Iguaçu mostrou qualidade para aproveitar os espaços na frente da área cruzmaltina e leva a vantagem do empate para o duelo da próxima semana.
A pressão feita na metade final do 2º tempo pode deturpar os sentidos, o Vasco tem todas as condições de vencer a segunda semifinal e confirmar a vaga na final, mas não dá para achar que a temporada será próspera ou mais tranquila em relação a 2023 se o time não retomar o mínimo de segurança defensiva. Foram 26 finalizações sofridas, 13 na meta de Léo Jardim.
Escalações
Ramon Diaz surpreendeu ao escalar o recém contratado Clayton em dupla com Vegetti no ataque. Adson foi para o banco. Galdamés e Payet foram os meias logo a frente de Zé Gabriel. Os três zagueiros foram mantidos. No Nova Iguaçu, Carlos Vittor escalou Yago na meia-central, Bill foi o ponta-esquerda.
O jogo
Se alguém duvidava da capacidade do Nova Iguaçu depois da vice-liderança do time na fase de classificação do Campeonato Estadual, certamente reviu os conceitos com a 1ª etapa diante do Vasco no Maracanã. O Laranja da Baixada foi superior ao Gigante da Colina. As 14 finalizações - contra nove do adversário - em 48 minutos ajudam a comprovar a tese. Seis delas na direção da meta.
Léo Jardim foi para o intervalo como principal destaque individual do Cruzmaltino. Fez ao menos três defesas que poderiam ter terminado com a bola na rede do Vasco. Sem contar outras duas finalizações na trave. Isso reforça a sensação do estilo do emergente time da Baixada Fluminense. Foi para cima do adversário quando teve a bola, esbanjando coragem e qualidade em algumas peças.
Carlinhos fez pivôs precisos e mostrou agressividade para finalizar. Bill combateu Paulo Henrique, interceptou passes na intermediária contrária e acelerou em conduções de bola. Yago, filho do ex-meia Iranildo, brincou de aproveitar os muitos espaços oferecidos pelo Vasco na frente da sua área. Os volantes e laterais souberam o momento de avançar e proteger seus setores.
O Cruzmaltino conseguiu levar algum perigo ao fazer uma combinação com a sua dupla de ataque. Vegetti saía da área para escorar passes no pivô, e na sequência um outro jogador do Vasco acionava Clayton em profundidade. Ele finalizou duas vezes assim, e também arretamatou de fora da área. Todas elas com potência, mas pouca direção.
Galdmamés e Payet tiveram influência irregular pelo centro do campo. Faltou constância a ambos nas ações ofensivas. Apenas momentos positivos, mas também problemas para sair da dura marcação de Igor Guilherme e Albert. Defensivamente contribuiram muito pouco com o exposto e vaiado Zé Gabriel.
A dupla de zaga do Nova Iguaçu também reagiu bem aos cruzamentos destinados a dupla de ataque. Eles vieram em menor frequência que o esperado. Muito pelo bom bloqueio feito pelo time visitante. O Vasco não conseguiu ter tanto volume perto da área ofensiva, o que inibiu jogadas de linha de fundo e consequentemente os cruzamentos para Vegetti e Clayton.
O cenário deixou a torcida vascaína irritada, e os protestos vindos da arquibancada aumentaram a quantidade de decisões erradas tomadas por alguns jogadores. Ramon Diaz mexeu por atacado no intervalo. Sacou Paulo Henrique, Zé Gabriel e Galdamés. Colocou Puma Rodriguez, Sforza e Mateus Carvalho. Mas nada aconteceu forma imediata.
O Nova Iguaçu enfim converteu a sua superioridade em vantagem no placar em mais uma boa jogada de Yago e Carlinhos. Novamente houve muito espaço pelo centro do campo. Ramon Diaz gastou suas duas últimas mexidas antes dos 20 minutos. David e Adson entraram. Clayton e Léo saíram.
O time passou a atuar numa espécie de 4-2-4, com Payet, David, Vegetti e Adson espetados na última linha de defesa do Nova Iguaçu. Puma Rodriguez e Lucas Piton também atacavam bem abertos, aumentando ainda mais a pressão. O problema foi inibir os espaços que o Nova Iguaçu seguia aproveitando.
Do mesmo jeito que Payet quase empatou duas vezes, Carlinhos perdeu grande chance após linda jogada do bom lateral Maicon. Nesta perigosa relação, a balança pendeu para a qualidade do Vasco na hora de definir. Lucas Piton mais uma vez foi o herói de empate ao finalizar em falta levantada na área. Payet e Sforza construíram o lance.
O Nova Iguaçu perdeu poder de articulação com a precoce saída de Yago. Carlos Vittor tentou reforçar a marcação no meio, mas via sua equipe ser empurrada para trás. Mesmo assim, o time visitante teve grandes chances para vencer. Se Payet acertou a trave na pressão vascaína. Carlinhos perdeu dois gols diante do decisivo Léo Jardim, que aindou pegou um outro chute de Bill a ''queima-roupa''.
Foram 49 arremates em um jogo de 98 minutos. Um chute a cada dois minutos. Muito mais do que se esperava, e um reflexo do ímpeto do Nova Iguaçu. Mostrou ao Vasco que não será de qualquer forma que a vagana final será carimbada.
Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho - geMais lidas
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