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Análise: 'O Vasco é passivo, frágil e nada agressivo ofensivamente'

Não. Não sou a favor de demissão de técnico com pouco tempo de trabalho. Muito pelo contrário: olhar o calendário do futebol brasileiro e achar que uma troca – principalmente se não for bem feita, algo comum no Vasco – tem mais chance de dar certo do que dar errado é, me desculpe o termo, loucura. É sempre desse princípio que eu parto quando analiso contextos de demissão. Comecei assim com Marcelo Cabo, fui até o meio do caminho com Marcelo Cabo, mas hoje, inevitavelmente caso perca, nem o próprio Cabo tem condições de andar do próprio lado.

Quando se olha o panorama geral, a torcida do Vasco estava feliz até um determinado momento do trabalho de Cabo. Exaltando suas palavras em paradas técnicas, coletivas e também o futebol que o time apresentava. Há oito jogos isso tudo desmoronou e hoje, mais uma vez, o Cruz-Maltino vive uma crise. Não é normal tomar quatro gols e não fazer nenhum em duas partidas dentro de São Januário. O peso que o estádio tem para o coração do vascaíno acaba se jogando contra o trabalho que um dia foi promissor e hoje, sem sombra de dúvidas, é ruim.

Caminhamos para a quinta rodada da Série B e enfrentar o CRB em casa é, claramente, o divisor de águas da vida de Cabo e sua comissão técnica. A boa notícia é que Leandro Castan volta ao time, algo que pode elevar o moral do grupo, característica que não se viu no período que citei anteriormente.

O Vasco é passivo, frágil, nada agressivo ofensivamente e se tornou um time que não dá nem vontade de ver atuar, sejamos sinceros. O torcedor já se cansou há muito tempo. Não há mais prazer. É uma sequência de humor com a desgraça para quem já se anestesiou com um elenco tão desanimador. A conta é simples e não tem para onde fugir: se não vencer, o Cabo arrebenta. E arrebenta porque, mesmo com meus princípios, esse puxão é inevitável.

Fonte: Coluna Lucas Pedrosa - Jogada 10