Futebol

Análise: Nenê dá a qualidade que faltava

O Vasco vinha de dois jogos em que merecia vencer, mas empatou. Nesta sexta, contra o Brusque, trocou a receita: não foi bem, sofreu, mas conseguiu enfim a primeira vitória sob o comando de Fernando Diniz. Em um jogo que se desenhava complicado, um resultado importante, conquistado com coração e que mantém o clube vivo na ainda difícil missão de retornar à elite.

O Vasco não jogou bem, mas foi valente. Em um jogo com a arbitragem desastrosa, os dois times foram prejudicados, mas foi o Vasco quem jogou por mais de 45 minutos com um jogador a menos. E ainda assim venceu.

Venceu porque teve Nenê e Vanderlei. Foram eles os principais responsáveis pela suada vitória em Santa Catarina. Cada um do seu jeito foi decisivo para o resultado.

Os números no futebol nem sempre mostram a realidade do campo, mas neste caso eles escancaram o que aconteceu no Augusto Bauer. O Brusque teve quase cinco vezes mais finalizações do que o Vasco: 24 a 5. A diferença foi Nenê. Com qualidade que faltava ao Vasco, ele decidiu com um belo gol. Vanderlei completou o trabalho segurando a pressão da equipe catarinense até os momentos finais.

A vitória foi fundamental para manter o Vasco vivo na Série B. O time subiu três posições, dormiu na sétima colocação, mas terá de aguardar o desfecho da rodada, que ainda terá sete jogos no fim de semana. Hoje, a distância para o G-4 caiu para sete pontos, mas pode aumentar caso CRB e Botafogo pontuem.

Início desastroso do Vasco e da arbitragem

Foi de longe o pior tempo sob o comando de Fernando Diniz. Diante de um gramado pesado e um adversário bem postado, o Vasco teve a bola, mas não conseguiu criar absolutamente nada. O time carioca chegou a ter 75% de posse (terminou a primeira etapa com 64%), mas foi o Brusque quem levou perigo.

Desde o início o Vasco teve a iniciativa, mas parou na boa marcação do adversário. Destaque nos últimos jogos, Morato foi deslocado para esquerda e pouco rendeu. Substituto de Jabá, Pec apanhou toda vez que tentou se engraçar pela direita. Marquinhos Gabriel e Nenê quase não foram notados na etapa inicial.

Diante do cenário, foi o Brusque que teve espaços. O time catarinense teve um gol bem anulado no início do jogo, mas na parte final da primeira etapa a arbitragem se atrapalhou e fez lambança. Primeiro, o árbitro expulsou Léo Jabá por um lance aparentemente acidental com Claudinho. O Vasco reclamou muito. Em seguida, o VAR anulou um gol legal do Brusque em que a linha do impedimento foi traçada de forma equivocada. Na Central do Apito, Sandro Meira Ricci apontou erro nos dois lances. E os times foram para o vestiário com os nervos à flor da pele.

Nenê e Vanderlei garantem vitória

O Vasco retornou com a mesma formação, com Zeca deslocado para direita após a expulsão de Léo Matos, e Morato improvisado na lateral esquerda. O time seguiu vulnerável, e Diniz resolveu mexer com oito minutos do segundo tempo. Trocou Morato por Walber.

A troca foi boa, mas o Vasco contou com pitadas de sorte e talento. Dois minutos após a substituição, Zeca acertou um belo cruzamento para Nenê, que pegou de primeira da entrada da área. Um golaço que mudou o cenário do jogo e favoreceu a estratégia de Diniz.

Com a vantagem, o Vasco não teve mais a necessidade de atacar e se expor. Com um jogador a menos, resolveu se fechar e soube sofrer. O Brusque, sem variações de jogadas, apostou nos chuveirinhos. Com três zagueiros altos, a defesa se saiu bem. Quando não deu, Vanderlei estava lá para garantir. O goleiro fez ao menos quatro importantes defesas que garantiram os suados três pontos.

O Vasco ainda tem uma longa caminhada, mas deu nesta sexta o primeiro passo. Após quatro jogos, conseguiu vencer e se manter vivo. A receita daqui para frente é essa: vencer ou vencer. E já nesta segunda, no reencontro com Marcelo Cabo e com os torcedores em São Januário, o time terá mais uma chance de provar que não é carta fora do baralho na briga por uma vaga na Série A.

Foto: Beno Küster Nunes/AGIF


 

Fonte: ge