Análise ge da vitória do Vasco contra o Botafogo na Taça Rio
O Vasco largou na frente na final da Taça Rio, venceu o Botafogo por 1 a 0 no Nilton Santos e leva a vantagem do empate para o jogo decisivo, no próximo sábado, em São Januário. Não foi uma grande atuação, mas o time de Marcelo Cabo soube ser competitivo e contou mais uma vez com seu artilheiro German Cano. Além disso, mostrou que, mesmo não estando em um bom dia, está um passo à frente do rival, que será concorrente na Série B por uma vaga na elite do futebol brasileiro em 2022.
Foi um time com características diferentes das que o vascaíno se acostumou a ver nos últimos jogos. De maneira geral, foi um Vasco econômico, que fez o necessário para vencer. Apesar de ter a bola e controlar a maior parte do jogo, errou muitos passes e raras vezes conseguiu se livrar da marcação do Botafogo. Cabo culpou o gramado do Nilton Santos e prometeu um Vasco mais envolvente em São Januário.
Ainda assim, o Vasco foi melhor e venceu porque tem um time mais forte e está em um estágio mais avançado na reformulação em relação ao rival que disputará a Série B - embora essa superioridade não tenha sido clara em alguns momentos de um clássico equilibrado. Venceu também porque conta com um artilheiro em grande forma e soube aproveitar a falha do adversário. O erro de Sousa foi determinante no gol de Cano. Cabem elogios à defesa vascaína. Dessa vez, o time não sofreu com a bola aérea e praticamente não levou sustos durante 90 minutos.
- Fugimos um pouco da nossa característica de toque de bola por conta da irregularidade do gramado. A bola estava viva e não privilegiou o toque de bola da nossa equipe. Mas nos adaptamos bem, usamos algumas bolas longas. Não posso usar o gramado como muleta, mas nos adaptamos, vencemos as adversidades e ganhamos o jogo contra o Botafogo no Nilton Santos. Não é fácil – analisou Marcelo Cabo.
Vasco controla o jogo, mas cria pouco
O clássico foi ruim no primeiro tempo. Sem Marquinhos Gabriel, desfalque de última hora por conta de lesão, Marcelo Cabo mudou o encaixe de suas peças no ataque. Léo Jabá, o substituto, entrou na esquerda, Gabriel Pec foi deslocado para direita, e Morato jogou centralizado, com a função de ligar o meio de campo ao ataque.
O Vasco começou melhor, controlou o meio de campo, pressionou a saída de bola do Botafogo, mas pouco criou. Com a marcação acertada, a defesa do Botafogo neutralizou o ataque vascaíno, que não teve criatividade para encontrar soluções. Cabo, na segunda metade do primeiro tempo, ainda inverteu o posicionamento de seus extremos, mas pouco adiantou. As únicas chances do Vasco na etapa inicial foram em chutes de longa distância de Cano e Galarza.
Na parada técnica, Marcelo Cabo citou a irregularidade do gramado – algo também questionado por Castan no intervalo - e pediu aproximação dos jogadores para o time tentar sair da marcação do Botafogo. Mas quem cresceu foi o adversário, que equilibrou a partida na segunda metade do primeiro tempo.
Gol na volta do intervalo muda cara do jogo
O segundo tempo começou diferente, inclusive com gol no primeiro minuto. Morato pressionou Sousa na saída de bola, o zagueiro entregou no pé de Léo Jabá, que cruzou na cabeça de Cano: 1 a 0. Apesar da vantagem, o Vasco continuou por um tempo com controle, rodou a bola e passou poucos sustos. Andrey, em novo chute de longe, quase ampliou.
Após a parada técnica e com muitas trocas dos dois lados, o Vasco recuou e viu o Botafogo ganhar território. Bruno Gomes entrou no lugar de Jabá para reforçar a marcação. Em seguida Juninho entrou no lugar de Cano, e time de Marcelo Cabo se fechou, passou a jogar no 4-4-2 e a apostar na velocidade dos jovens Figueiredo e João Pedro na frente.
- Costumo dizer que dentro de um jogo são vários jogos. O Zeca tinha amarelo, e o Ronald estava caindo para o lado dele. Coloquei o Matias (Galarza) para ajudar, e depois o Bruno que tem uma saída de bola muito boa no primeiro terço. Esse é o melhor momento para testarmos essas alternâncias táticas – comentou Cabo.
O Vasco criou pouco, mas também não deixou o Botafogo jogar. É verdade que o adversário tem motivos para reclamar de um pênalti de Galarza, que derrubou Ronald na área. O lance, no entanto, foi ignorado pelo árbitro Rafael Martins de Sá e foi o único momento que o Botafogo chegou com perigo à área do Vasco. Nem mesmo os cruzamentos na área assustaram dessa vez. Algo comemorado por Cabo.
- Não tomamos gols de bola aérea, fruto do nosso trabalho ao longo da semana. Sabíamos que o Botafogo iria explorar a bola área, longa. Todos acham que é o calcanhar de Aquiles do Vasco, mas tem profissionais do outro lado que trabalham bastante. Minha zaga superou o ataque do Botafogo, e quero parabenizar meus zagueiros e meu sistema defensivo por isso.
Fonte: ge