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Análise: ge avalia derrota e vê Vasco fora de casa como inofensivo

Em que pese o fato de que foram dois adversários complicados que brigam pelo título do Brasileirão, o Vasco repetiu neste sábado, contra o Fortaleza, a atuação fraca que havia demonstrado diante do Botafogo na rodada passada. A postura inofensiva e a forma como se deram as duas derrotas ligam o alerta de uma equipe que ainda briga por vaga na Libertadores do ano que vem.

Diferente do clássico, o Vasco neste sábado teve mais a bola (61% contra 39%) e ameaçou o gol do Fortaleza em determinados momentos. Poderia ter empatado em dois chutes de Emerson Rodríguez no primeiro tempo ou num lance de Rayan, no início do segundo, em que a melhor solução parecia ser a finalização - em vez disso, ele tentou o passe para Vegetti.

No entanto, com um gol logo no início do jogo e atuação muito superior na segunda etapa, a impressão é de que o Fortaleza sempre teve o controle da partida. O time comandado por Vojvoda entregou a bola no pé do Vasco porque sabia que o adversário não saberia o que fazer com ela e matou o duelo no momento que bem entendeu.

Pelo segundo jogo consecutivo o Vasco não conseguiu competir, verbo bastante utilizado nos discursos de Paiva, para o bem e para o mal. Da forma como estão as coisas, o sucesso na busca por uma vaga na Libertadores ou não vai providencialmente passar pelo desempenho do Vasco nos três jogos que ainda fará em São Januário: contra Internacional, Atlético-GO e Atlético-MG.

Fora de casa, o Vasco virou um time inofensivo.

A última vez que somou três pontos longe de São Januário recentemente completou três meses: foi no 1 a 0 sobre o Vitória, em setembro, pela 25ª rodada. Desde então, as duas únicas vitórias ocorreram em casa, sobre Cuiabá e Bahia.

"A gente precisa buscar alguma alternativa para fazer as coisas aconteceram, principalmente (buscar) os pontos. A gente precisa voltar a pontuar. Dois jogos a gente já fica muito incomodado", reconheceu Rafael Paiva.

Gol no início (de novo)

No clássico da rodada passada, o Botafogo abriu 2 a 0 com 12 minutos de jogo. Já neste sábado, o Vasco voltou a faltar com atenção no início da partida e sofreu um gol de cabeça de Martínez, após vacilo de Lucas Piton pela esquerda, que condicionou a atuação da equipe. Léo Jardim reclamou demais por causa do espaço que Tinga teve para cruzar.

A proposta do Fortaleza de entregar a bola para o Vasco, apostando nos erros do adversário e nos espaços que surgiriam para contra-ataques, mostrou-se ainda mais acertada.

Sem Payet, que ficou no Rio de Janeiro em função de um incômodo muscular, e a ordem do departamento médico para que Coutinho atuasse apenas 20 minutos, o Vasco teve enorme dificuldade para construir jogadas no Castelão. Galdames foi o escolhido por Paiva para atuar como jogador mais adiantado no meio de campo, responsável por criar, mas contribuiu muito pouco nesse sentido.

O Vasco só levou perigo no primeiro tempo aos 22 minutos, depois que Vegetti fez o pivô e ajeitou para a finalização de Galdames. No rebote, Emerson Rodríguez poderia ter chutado de primeira, mas preferiu dominar e em seguida chutou em cima do goleiro João Ricardo. O colombiano foi o jogador mais agudo do Vasco na primeira etapa e ainda assustou em outra finalização de fora da área.

Em determinado momento, numa tentativa de oxigenar as movimentações no ataque, Emerson e Puma Rodríguez inverteram os lados, mas não deu certo. Puma teve atuação muito apagada no Castelão, em especial quando foi deslocado para a esquerda.

Péssimo segundo tempo

No segundo tempo, o Vasco teve uma de suas piores atuações em 45 minutos neste Brasileirão.

Os primeiros lances pareciam apontar para uma reação, com dois lances em que Rayan (que entrou no lugar de Emerson Rodríguez) foi acionado no ataque. No segundo, a melhor opção era o chute para o gol, mas ele tentou um passe para Vegetti que a defesa tirou.

Depois disso, o Fortaleza sobrou na partida, tecnica e fisicamente. Foi nesse momento que o time de Vojvoda abriu uma diferença de 10 finalizações (14 contra 4) nas estatísticas e castigou o gol defendido por Léo Jardim, que protagonizou ao menos três defesas complicadas. Não fosse ele, o Vasco voltaria goleado para o Rio de Janeiro.

Coutinho entrou aos 27 minutos no lugar de Puma, mas àquela altura, apesar da desvantagem mínima no placar, o Vasco já parecia entregue. O segundo gol do Fortaleza era uma questão de tempo. E talvez esse seja o principal motivo de alerta neste Vasco: o time parece ter perdido a capacidade de competir. Não parece ser a mesma equipe que, com um a menos, buscou um gol depois de estar perdendo por 2 a 0 e eliminou o Athletico dentro da Ligga Arena.

Breno Lopes tratou de confirmar o que estava sendo desenhado num lance em que passou com assustadora facilidade por Maicon e bateu cruzado. O zagueiro, ao lado de Lucas Piton, foi um dos piores do Vasco em campo. Renato Kayzer, nos acréscimos, fechou o placar.

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Fonte: ge