Análise: Estratégia e vontade fazem Vasco igualar forças com o Flamengo
Quando o Vasco levou um gol antes do primeiro minuto do clássico no Maracanã, até o mais otimista dos torcedores deve ter ficado preocupado. Afinal, do outro lado estava o líder isolado do Campeonato Brasileiro, agora a 11 pontos do segundo colocado. Mas, na prática, não foi isso o que aconteceu. O Cruz-Maltino conseguiu igualar forças com o rival e chegou a ficar à frente no placar.
A boa atuação do Vasco foi fruto da preparação de Vanderlei Luxemburgo para o clássico desta quarta-feira, válido pela 35ª rodada do Brasileirão. A estratégia deu certo. Mas não só isso: a disposição e a entrega dos jogadores em campo fizeram o Cruz-Maltino diminuir a nítida vantagem técnica do Flamengo.
Entenda, abaixo, como o Vasco construiu o empate com o Flamengo no Maracanã:
4-4-2
O treino fechado da última terça-feira teve motivo: Luxemburgo mudou a escalação e a formação do Vasco. Guarín, que ficou no banco contra o CSA, entrou no lugar de Ribamar. Assim, o Vasco jogou num 4-4-2, com Marrony e Rossi avançados para que sua velocidade fosse utilizada para contra-ataques. Não só isso, porém.
Luxemburgo tentou "espelhar" a escalação do Flamengo e colocou os seus dois atacantes em cima dos dois zagueiros do Flamengo. Atrás, montou duas linhas de quatro para que os laterais do Rubro-Negro tivessem mais liberdade na primeira fase, mas uma "parede" à frente com os volantes e defensores do Vasco.
A formação deu resultado. Luxemburgo conseguiu povoar o meio de campo e praticamente anular Bruno Henrique no primeiro tempo, quando o Vasco foi melhor. Com Richard, Marcos Júnior e Guarín mais preocupados com a marcação, Raul era utilizado pela direita para atacar. Ponto positivo para o técnico do Cruz-Maltino.
Equilíbrio do jogo
Depois de sofrer o gol, o que poderia significar o fim de todo o plano de jogo pensado por Vanderlei Luxemburgo, o Vasco manteve o equilíbrio e não se abalou. A proposta de contra-atacar e usar a velocidade de Marrony e Rossi para isso deu resultado. O Cruz-Maltino, aos poucos, foi chegando, chegando, chegando... Até marcar com Marrony e Pilkachu.
O Vasco foi eficaz dentro do que propôs no primeiro tempo. Não se deixou ser pressionado pelo Flamengo, não ficou apenas na defesa e quando teve oportunidade balançou as redes de Diego Alves. Apesar do gol no início, o Cruz-Maltino soube manter sua proposta e foi até melhor do que o rival, mesmo sofrendo o empate perto do fim.
Depois do intervalo, o Vasco continuou explorando a velocidade de seus atacantes em saídas rápidas quando os laterais do Flamengo iam ao campo ofensivo. Com o passar do tempo, porém, o ritmo diminuiu, e o Cruz-Maltino passou a se preocupar mais com a defesa. Mesmo assim, foi muito pouco pressionado.
Atacantes com liberdade
No esquema montado por Luxemburgo, Marrony e Rossi praticamente não tinham obrigações defensivas. Ficavam próximos aos zagueiros do Flamengo para puxar contra-ataques. E deram trabalho.
As principais jogadas de ataque do Vasco foram construídas com velocidade. O primeiro e o terceiro gols saíram em lances rápidos, em que a defesa do Flamengo estava mais exposta, e os mais velozes do Cruz-Maltino se sobressaíram, como Rossi, Marrony, Pikachu e Raul.
Cansaço
Depois de segurar o Flamengo durante boa parte do clássico, o Vasco caiu fisicamente. Marcos Júnior e Marrony, os primeiros tirados por Luxemburgo, não conseguiam mais acompanhar o ritmo dos jogadores do Rubo-Negro. Isso dificultou a proposta cruz-maltina, de marcar forte no meio de campo para não dar espaços ao rival.
Com mais fôlego, o Flamengo passou a criar mais oportunidades e chegar com mais facilidade ao gol defendido por Fernando Miguel. Pela segunda vez no clássico, esteve à frente no placar. Só que durou pouco, porque no fim Ribamar garantiu o empate para o Vasco.
Disposição
Apesar do ritmo um pouco mais baixo do que no primeiro tempo, o Vasco não desistiu de nenhum lance - e também graças a isso conseguiu o empate. Os jogadores, em jogadas de bola dividida, foram ao limite e não evitaram choques ou disputas mais duras, na tentativa de igualar a técnica superior do Flamengo.
O próprio gol de pênalti de Pikachu, por exemplo, sai de uma jogada que sem raça, além da técnica, é claro, não seria possível. O lateral-direito do Vasco se livra da marcação de três defensores do Flamengo para ser derrubado por Rodrigo Caio. Ele não toca para trás ou desiste do lance, mas vai para cima e confia.
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