Análise: Em Salvador, Vasco se mostra inofensivo
No confronto direto contra o Bahia neste domingo, jogo com toda cara de que determinaria ou o alívio ou o aumento da pressão para a reta final da Série B, o Vasco acabou sofrendo mais uma derrota como visitante (a quinta nos últimos cinco jogos) e viu a distância para o quinto colocado, o Londrina, cair para quatro pontos. A pressão definitivamente aumentou.
O Vasco que nesta mesma edição da Série B arrancou vários empates como visitante (Tombense, CRB, Chapecoense...), que venceu o Náutico no Recife e o Londrina no Estádio do Café, por exemplo, de uma hora para outra parou de pontuar de fora de casa. Já são sete semanas voltando para o Rio de Janeiro sem um pontinho sequer na bagagem: perdeu para Sampaio Corrêa, Vila Nova, Ponte Preta, CSA e agora para o Bahia.
Em Salvador, a equipe comandada interinamente por Emílio Faro mostrou-se inofensiva. A aposta por uma postura reativa, confiando nos contra-ataques e na pressão contrária que a Arena Fonte Nova poderia fazer à medida que o tempo passasse, funcionou até os 39 minutos do primeiro tempo. O time sofreu uma virada relâmpago e foi para o vestiário lamentando o fato de que, não fossem esses sete minutos de desatenção, o placar no intervalo seria de vitória parcial por 1 a 0.
Depois disso, com a necessidade de buscar o resultado, a equipe parece que não conseguiu virar a chave. Foram duas finalizações no jogo inteiro, ambas no segundo tempo e que nem sequer tomaram a direção da meta defendida por Danilo Fernandes. O gol que abriu o placar foi contra de Ricardo Goulart, depois de uma saída errada do goleiro tricolor em cobrança de escanteio.
Na coletiva após o jogo, Emílio disse acreditar que o número pequeno de chutes não reflete a melhora da equipe no segundo tempo, sobretudo nas transições.
- A gente pega finalização de uma maneira que a gente traz a estatística para uma coisa que não é. Muitas vezes você pega uma bola e chuta de maneira despretensiosa. E quando você olha a estatística, tem um chute. Tem chute da intermediária, tem outro chute. Ou seja, a gente teve transições, a gente teve situação de atacar adversário. Mas a gente não conseguiu atingir a meta - disse o treinador.
Ia tudo dando certo...
Postado no 5-3-2 em Salvador, com uma linha de meio de campo formada por Yuri Lara, Andrey Santos e Bruno Tubarão, a estratégia do Vasco era cristalina: segurar as investidas do Bahia e apostar todas as fichas nos contra-ataques. Emílio disse na coletiva que esperava que a pressão da Fonte Nova lotada, com mais de 48 mil torcedores, se voltasse contra os donos da casa conforme o tempo passasse. E isso de fato aconteceu.
Facilitou a vida do Vasco o gol encontrado aos 18 minutos, logo depois da primeira chegada com perigo da equipe ao ataque, numa escapada de Bruno Tubarão pela direita que terminou em escanteio. Na cobrança, Danilo Fernandes saiu mal, a bola explodiu no peito de Ricardo Goulart e entrou. Gol contra do jogador do Bahia.
A partir daí, era notável que a tensão havia sido passada para os jogadores tricolores, enquanto o Vasco sentia-se cada vez mais confortável em campo. Alex Teixeira, atuando em nova função, com muito mais liberdade no ataque, aprontou uma aos 32 minutos que quase foi parar dentro do gol. Ele fez algo parecido no segundo tempo e, no geral, teve boa atuação em Salvador.
Por outro lado, Quintero viveu uma tarde para se apagar da memória. O gol de empate do Bahia nasce numa desorganização que o Vasco já vinha demonstrando do lado direito da defesa. Anderson Conceição deveria ser o zagueiro central, mas na prática (muito provavelmente por costume) fortaleceu mais o lado esquerdo com Edimar e Paulo Victor, de modo que Quintero e Matheus Ribeiro a todo tempo tinham problemas pela direita.
Aos 39, Matheus Ribeiro saiu de qualquer maneira para marcar Matheus Bahia e deu o espaço para o lateral cruzar na área. E aí que começa o calvário de Quintero, que tentou cortar e mandou contra. Sete minutos depois, Ricardo Goulart decretou a virada de cabeça - Nenê estava na marcação, mas ficou para trás no jogo de corpo e sequer subiu na bola.
Duas finalizações e mais nada
Figueiredo e Gabriel Pec entraram nos lugares de Bruno Tubarão e Paulo Victor aos nove minutos do segundo tempo. Até os 15, o Vasco ainda não havia efetuado uma finalização sequer na partida. A primeira veio só aos 16, com Andrey completando de primeira o cruzamento no escanteio. O gol de empate não saiu por questão de centímetros.
A outra foi também em cobrança de escanteio, com Anderson Conceição cabeceando à direita do gol de Danilo Fernandes. Fora isso, o Vasco não assustou - nem mesmo nos minutos finais, quando a equipe que vence naturalmente abaixa as linhas para segurar o resultado. Eguinaldo, Marlon Gomes e Palacios ainda entraram no fim, mas com pouco tempo para fazer alguma coisa.
As transições melhoraram, como Emílio defendeu na coletiva. Não à toa, o Vasco saiu de uma posse de bola que chegou a ser de 26% no primeiro tempo para terminar o jogo com 44%. Mas como o futebol é bola na rede, o Vasco produziu muito pouco para que merecesse um resultado melhor em Salvador.
Fonte: geMais lidas
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