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Análise: 'Derrota reforça dois fatos que não são novidade para o Vasco'

A derrota por 2 a 0 no clássico contra o Botafogo neste domingo, pela 13ª rodada do Brasileirão, reforçou dois fatos que, no fundo, não são nenhuma novidade para o Vasco: 1) o time vive uma crise que parece não ter fim e 2) a necessidade de contratar reforços é gritante e deve ser colocada no topo das prioridades com a abertura da janela de transferências nesta segunda-feira.

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As chegadas do atacante Serginho e do zagueiro Maicon, já anunciados, não bastam. Sem poder de reação diante do líder do campeonato e repleto de atuações individuais ruins na partida, o Vasco conta os dias para trazer de fora opções que possam dar experiência e sobretudo mais qualidade a este elenco. A bola está nos pés de Paulo Bracks.

O resultado no clássico colocou (ainda mais!) em evidência o anseio por reforços no momento em que o interino William Batista, de quem se espera atribuições de bombeiro em meio a um incêndio, olha para o banco no meio da partida e vê que as alternativas para buscar o empate àquela altura eram Carabajal, Rwan e um punhado de garotos. O segundo gol do Botafogo era muito mais provável - e foi o que de fato ocorreu no fim.

O Vasco vem de uma vitória sobre o Cuiabá, na rodada passada, que nada ou muito pouco trouxe de novidade no que diz respeito a atuação e estilo de jogo: o time venceu aos trancos e barrancos e respirou, é o que importa. No clássico, a equipe cruz-maltina teve seus momentos, Alex Teixeira poderia perfeitamente ter empatado o jogo no segundo tempo (lance que merece um parágrafo só para si), mas dá para dizer que o Botafogo ganhou com autoridade.

Agora são oito derrotas em 13 jogos no Brasileirão. O Vasco está em 18º lugar, com nove pontos, e completou a sexta rodada consecutiva na zona de rebaixamento. A crise, atenuada na semana passada, continua...

William Batista escalou o Vasco sem grandes surpresas para a partida de domingo, com Zé Gabriel no lugar de Jair, machucado, e Orellano na vaga de Pec, suspenso. A mudanças mais significativa foi a volta de Pedro Raul ao ataque. Titular nos últimos três jogos, o garoto Rayan começou no banco.

A estratégia parecia clara: aproveitar o pivô do camisa 9 para segurar a bola na frente e explorar as estocadas de Figueiredo e Orellano pelas pontas. Enquanto a equipe portou-se bem defensivamente no primeiro tempo, os espaços apareceram nos contra-ataques, mas os jogadores no setor ofensivo pareciam bater cabeça. Pedro Raul errou um passe de poucos metros para Figueiredo em um lance. No outro, Zé Gabriel experimentou o chute de longe em vez de abrir em Teixeira, absolutamente livre na esquerda.

Figueiredo foi talvez o mais destoante no ataque. Embora tenha sido o responsável pelos únicos dois chutes do Vasco na direção do gol na primeira etapa, o atacante tomou decisões erradas, não conseguiu dar sequência às jogadas e atrapalhou mais do que ajudou. Não à toa, foi substituído por Erick Marcus no intervalo.

Erros e zero reação

Aos oito minutos do segundo tempo, o Botafogo abriu o placar com Luiz Henrique. Chama atenção no lance a liberdade com que o atacante alvinegro entrou na área pelo lado direito da defesa do Vasco, com a permissão de Puma Rodríguez, que cochilou e não o acompanhou. Não é a primeira vez que acontece.

A dupla Pedro Raul e Alex Teixeira teve atuação bem abaixo no Nilton Santos. Enquanto o centroavante não conseguia segurar a bola no ataque e chegou a armar um contragolpe para o Botafogo ao errar passe no meio de campo, o camisa 7 dava pouco trabalho à defesa alvinegra. Teixeira deixou o campo de forma melancólica, logo depois de desperdiçar a chance mais clara da partida. Seu único mérito foi ter roubado a bola. Em seguida, bateu com o corpo desequilibrado, mesmo com espaço para ajeitar a bola, e entregou os louros ao goleiro Lucas Perri.

Carabajal e Rayan foram a campo. O garoto de 16 anos se esforçou pela esquerda e levou perigo em uma tentativa de chute da entrada da área, por exemplo. O meia argentino acrescentou muito pouco. Como tem sido frequente neste temporada, em especial no Brasileirão, o Vasco não apresenta poder de reação depois de sair atrás no placar e se deixa envolver pelo adversário.

Léo Jardim fez defesa de cinema em cabeçada de Junior Santos próximo ao fim da partida. Só que, nos acréscimos, nada pôde fazer no chute de Carlos Alberto, que partiu sozinho pela esquerda, se livrou de Puma e bateu no canto. Houve um ligeiro puxão no lateral-direito do Vasco no lance, mas o árbitro Raphael Claus mandou seguir.

Fonte: ge