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Análise de Vasco 2 x 1 São Paulo

O Vasco começou com a mesma ideia de jogo. Diante da superioridade inicial do São Paulo, Ramon Menezes trocou uma peça e mexeu no esquema. A dificuldade em campo ainda era grande quando Cano marcou o primeiro gol.

A partir daí, o técnico variou a forma de o time jogar, evitando o óbvio nas substituições e melhorando a forma de o time atuar. Resultado: o centroavante fez mais um e, com um sistema defensivo muito sólido, o time de São Januário venceu por 2 a 1 o segundo jogo, manteve os 100% no Brasileirão e continuou na rotina de evolução.

Sem Pikachu, machucado na coxa direita, Ramon escalou Cayo Tenório. Manteve o 3-4-3, mas deslocou Pec para esquerda e trouxe Benítez para a direita. Não deu certo. Com marcação adiantada, o São Paulo abafou a saída vascaína. E, em 25 minutos, roubando a bola no campo ofensivo quase abriu o placar em cinco finalizações.

- Não recua! Não recua! - era possível ouvir os berros de Fernando Diniz à beira do campo.

A construção ofensiva vascaína inexistia, portanto, pela ação do adversário, mas também por dificuldade do time. Fellipe Bastos não repetiu a boa atuação contra o Sport, a ligação da defesa para o ataque era na base de lançamentos. O cenário melhorou quando Benítez teve mais mobilidade. Foi ele, aliás, quem cruzou para Talles quase marcar de cabeça.

Então, no intervalo, Ramon atuou. O treinador, em entrevistas, adotou a postura de sempre evitar falar em variações de jogo, preferindo destacar o cumprimento de funções. Porém, ao sacar Pec e mandar a campo Bruno Gomes, surpreendeu. Adotou um 4-1-4-1, uma variação do esquema. O óbvio ali era lançar Parede na vaga de Pec, dada a posição e a semelhança nas características. Ou apostar em Carlinhos, reforço trazido para o meio. Mas isso não ocorreu e se revelou uma escolha acertada.

Com Bruno Gomes ocupando mais espaços, Andrey ficou mais móvel. Conseguiu fazer a transição ofensiva, que Bastos não fez, conduzindo o time ao ataque. E Benítez mostrou que tem qualidade: pela direita, da ponta para dentro, organizava as ações.

- É muito bom para o treinador ter opções. O mais importante é o jogador entender tudo o que se passa nos treinos e nos jogos. Sem o Pikachu, optamos pelo Tenório, mas a característica é diferente. Pec foi o extremo pela esquerda, trouxemos o Benítez para o lado direito. Com a força do Tenório, ele seria o homem da amplitude. Foi bem no jogo. É lógico que, jogando contra o São Paulo, um time que fica com a bola, era normal termos a dificuldade (na saída). Colocamos, antes do intervalo, o Pec no lado direito, mas não deu certo. Para o segundo tempo, optamos por uma situação tática, com a entrada do Bruno Gomes. Não tínhamos feito esse tripé: Bruno, Andrey e Bastos. Mudamos. Com a bola, dei liberdade ao Andrey. Eu gostei pois tiramos lições, vou ver o jogo em casa e vou aprender. Volto a falar: a entrega dos atletas foi fundamental - explicou Ramon.

Com as trocas, o Vasco equilibrou as ações. E, então, Cano salvou. Aproveitou rebote do escanteio cobrado por Benítez. Bola na rede na segunda finalização dele na partida. Nos 13 minutos que se seguiram até o segundo gol do argentino, após linda arrancada de Andrey, iniciada por uma roubada de bola de Benítez, o time carioca soube manter a postura.

Com Castan comandando o sistema defensivo, não correu riscos. É muito difícil ver a dupla de zaga (Ricardo Graça é o outro) ficar no mano com atacantes e ser envolvida por eles. Quando o São Paulo passou a ameaçar pela direita, Ramon mandou a campo o estreante Neto Borges e o zagueiro Miranda. Adotou duas linhas de quatro, com o zagueiro pela direita, e o lateral-esquerdo na segunda linha. Adiantou Talles e, pela esquerda, teve o desafogo. Foi o suficiente para, mesmo sendo vazado de pênalti, segurar a vitória.

Fonte: ge