Análise de Vasco 2 x 0 Bangu
A vitória truncada por 2 a 0 sobre o Bangu na noite desta quinta-feira, em São Januário, encerrou a boa campanha do Vasco na Taça Guanabara, que é a fase classificatória do Campeonato Carioca. Para a equipe comandada por Maurício Barbieri, que demonstrou diversas valências neste início de temporada, em especial a de que sabe jogar bola, chegou a hora de testar o seu poder de decisão.
Até aqui a missão foi cumprida.
O Vasco fez a sua parte e avançou para as semifinais em segundo lugar na classificação - poderia perfeitamente ser o campeão se vencesse um dos dois jogos que empatou no início do Carioca, quando foi a campo com equipe formada em sua maioria por jogadores sub-20, vale ser destacado. Por isso, terá a vantagem do empate nos dois jogos que fará contra o Flamengo, que terminou em terceiro. A primeira partida acontece na próxima segunda-feira, às 21h10 (de Brasília), no Maracanã.
Em termos de competição, esse reformulado Vasco já provou que tem condições de bater de frente com adversários com entrosamento e tempo de trabalho maiores e venceu o mesmo Flamengo uma semana atrás. Esse, no entanto, é outro campeonato. Com exceção da goleada sobre o fraco Trem do Amapá, pela Copa do Brasil, os comandados de Barbieri terão seu primeiro teste num confronto eliminatório, onde o mental por vezes se sobrepõe a tática e nível técnico.
- Falando de equipe e elenco, o adversário está na nossa frente. É uma equipe mais acostumada a decisões do que nós, como equipe. Temos jogadores acostumados a decidir, mas eles têm uma equipe, nesse sentido, mais madura - admitiu o técnico vascaíno na coletiva de imprensa.
"É um desafio e uma lacuna que temos que trabalhar mentalmente", acrescentou.
Gol no início faz Vasco oscilar
Contra o Bangu nesta quinta, o Vasco teve um início animador, com a linha de marcação nas alturas e volume de jogo sufocante. Abriu o placar logo aos quatro minutos, com o oportunismo de Gabriel Pec, que completou de cabeça dentro da área num lance de indecisão da defesa adversária. O quinto gol do atacante, vice-artilheiro da equipe no Carioca, atrás apenas de Pedro Raul.
Até os 20 minutos, o Vasco já havia empilhado pelo menos quatro boas chances de ampliar a vantagem no placar. Nas principais delas, Pumita cabeceou por cima e Andrey chutou fraco depois da parede de Pedro Raul. A parada técnica foi o marco para a mudança do panorama do jogo.
Como a vitória simples era o suficiente para avançar em segundo, o Vasco parece ter naturalmente relaxado depois de abrir o placar e cedeu campo ao adversário, que, sob a batuta do técnico Felipe Maestro, agradeceu pelos espaços concedidos e em vários momentos colocou os donos da casa na roda. Por volta dos 30 minutos, o Bangu assumiu a vantagem na estatística de posse de bola e não largou mais - terminou com 57%.
No entanto, só a partir do início do segundo tempo, quando o Bangu seguia melhor na partida, é que ficou claro que não se tratava de um breve momento de domínio alvirrubro: o Vasco estava se dando o luxo de oscilar. Bom jogo para reforçar a titularidade de Léo Jardim, autor de seis defesas no jogo inteiro, algumas bem difíceis.
O meio de campo do Vasco parecia cansado, com Andrey fora de sintonia e Jair trotando na recomposição defensiva. Ainda assim, a equipe conseguiu um pênalti em jogada pela esquerda de Paulo Victor, que foi titular no lugar do pendurado Lucas Piton - o mesmo aconteceu com Léo, que deu lugar a Anderson Conceição, já que um simples amarelo os tiraria do primeiro jogo da semifinal. Alex Teixeira, no entanto, cobrou nas mãos do goleiro Santillo e jogou luz na relação conturbada da equipe com as penalidades neste início de temporada.
A sorte é que não fez falta. Especialmente depois que Adsson, do Bangu, foi expulso. Dos 30 minutos em diante, o Vasco retomou o protagonismo do jogo e passou a bombardear o Bangu. Figueiredo e Marlon Gomes entraram bem na partida, mas foi o experiente Nenê, outro que havia recentemente saído do banco, que contribuiu para decidir a parada: ele cobrou o escanteio na cabeça de Pedro Raul, que deu números finais à partida nos acréscimos.
Fonte: ge