Análise de Coritiba 1 x 1 Vasco
Não, o Vasco ainda não fez uma partida que confirme sua credencial de favorito ao acesso na Série B. Nesta quarta-feira, porém, no empate por 1 a 1 com o Coritiba, o time mostrou boas jogadas coletivas e talvez só não venceu o jogo porque algumas figuras estiveram abaixo do esperado. Marquinhos Gabriel e os laterais foram alguns dos exemplos. MT, por sua vez, foi o termômetro da equipe. Apagadíssimo no primeiro tempo e muito ativo no segundo.
É bom repetir: o futebol vascaíno não foi vistoso e esteve longe de empolgar, entretanto ao menos voltou a ser competitivo. O time tentou até o fim a vitória, e o garoto Arthur Sales mais uma vez mostrou que pode se tornar figura importante para a mudança de panorama de jogos. Entrou apenas aos 35 minutos no lugar do sumido Marquinhos Gabriel, mas teve tempo suficiente para dar opção, apresentar-se para tabelas e roubar bola que quase terminou em grande chance não fosse um passe equivocado de Léo Jabá.
Vasco espeta no início e retrocede a partir da metade da etapa
Em mais um primeiro tempo de nível técnico ruim na Série B 2021, o Vasco até começou dando impressão de que poderia buscar o domínio, mas apresentou velhos problemas: pouca aproximação e uma transição excessivamente lenta.
De interessante nos 45 minutos iniciais, apenas uma bela jogada coletiva aos cinco minutos. Ernando fez ligação direta, Galarza deu a casquinha, Cano também ajeitou de cabeça, e Gabriel Pec balançou para lá e para cá até se livrar de três rivais com um toque. Léo Matos recebeu, passou a Galarza, que acionou Pec. O camisa 11 bateu bonito, e a bola tirou tinta da trave direita de Wilson.
Depois disso, conforme Gabriel Pec disse no intervalo, o Vasco baixou as linhas e deu campo ao Coritiba, que passou a ser superior e a propor o jogo. MT, Marquinhos Gabriel e Zeca foram das figuras mais apagadas do time na etapa.
A zaga, porém, mais uma vez funcionou bem com Ernando, em franca evolução, e Leandro Castan, que deu muita segurança ao sistema defensivo desde sua volta à equipe.
MT acorda, e Vasco luta até em fim em busca da vitória
Embora ainda não tenha em suas costas a responsabilidade de guiar o time, MT foi claramente o termômetro vascaíno no Couto Pereira. Após primeiro tempo discretíssimo, que inclusive foi alvo de críticas de Marcelo Cabo na coletiva, o jovem de 20 anos mudou de postura e levou o Vasco à frente.
O Vasco voltou do intervalo mais ligado. A exemplo do que aconteceu no primeiro tempo, quase abriu o placar logo aos dois minutos em outra boa jogada coletiva. Castan roubou bola, entregou a Andrey, que trocou tabelou com Cano, e deixou Pec na boa. O 11 bateu como manda o figurino, mas Wilson fez boa defesa.
O despertar de MT deu-se no gol do Vasco, marcado aos oito minutos. Figura praticamente nula no primeiro tempo, ele foi fundamental. Recebeu na direita, tirou Igor Paixão - no talento - e Matheus Sales - na força -. Soltou a bomba, Wilson espalmou, e Pec fez o certo: tocou para o meio da área, e Cano, mortal como sempre, guardou.
O Vasco crescia no jogo e dava pinta de que passaria a ter o domínio. A vantagem não durou nem 10 minutos em lance de erros dos meio-campistas. Primeiro Marquinhos Gabriel cobrou falta sem qualquer inspiração para a área. Na sequência, Galarza praticamente cantou o contra-ataque para o Coritiba ao forçar bola aérea com sete vascaínos quase infiltrados na área adversária. A defesa do Coxa cortou, e a transição foi muito rápida até Rafinha receber na direita e cruzar para Léo Gamalho fazer de cabeça. Vanderlei falhou, e Andrey escorregou na jogada.
É injustiça citar Andrey no gol do Coxa porque escorregou no lance em que tinha a responsabilidade de marcar o principal cabeceador do adversário, o grandalhão Gamalho. Caiu porque teve de correr para trás em ritmo acelerado devido aos erros de Marquinhos e Galarza. Pouco depois do gol, o volante reagiu, voltou a roubar bola no meio-campo e deixou Pec na boa mais uma vez. O camisa 11 parou em nova grande defesa de Wilson.
Andrey, aliás, foi o jogador que mais acertou passes na partida: 52 - errou cinco. Fez ainda três desarmes, sendo superado apenas por Galarza, com cinco. O camisa 6 volta dá sinais de que volta a se recuperar em sua até então interminável gangorra dentro do Vasco.
O Vasco seguia na missão de tentar vencer o jogo, e uma substituição chamou atenção. Pec foi sacado aos 30 minutos e até deixou o campo com cara de poucos amigos. Depois da partida, Cabo explicou por que tirou o melhor do time àquela altura.
- Pela entrega, talvez eu repute o Pec como um dos melhores em campo, mas a função dele desgasta muito. Ali, por volta dos 30 minutos, a gente precisava dar uma repaginada naquela linha de três. Tendo o Jabá, que é um cara que agride muito ali na primeira linha do adversário. Pec estava muito bem, mas a intensidade já estava começando a cair na recomposição e na saída para organizar o jogo. A gente precisava dar uma repaginada para buscar a vitória - disse o treinador.
Novas substituições vieram cinco minutos depois, e MT, cansado, e Marquinhos Gabriel, que fez um de seus piores jogos pelo Vasco, saíram. Arthur Sales aproveitou a oportunidade, mostrando-se muito participativo. Seu melhor lance quase culminou na vitória do Vasco, porém Léo Jabá não teve a mesma perspicácia em contra-ataque puxado pelo garoto.
A verdade é que o Vasco não foi brilhante, porém teve postura de time grande, de camisa pesada. Não deu bola ao adversário no segundo tempo (a posse terminou empatada em 50%) e foi superior nas finalizações (10 a 8), com chances mais expressivas do que o Coritiba.
A análise de Marcelo Cabo sobre o futebol de MT se aplica bem ao que Vasco tem como opções para seguir na Série B. É preferível ser burocrata, rodar a bola e se limitar a toques para trás? Ou o melhor caminho é buscar o drible, o embate físico e finalizações que o goleiro às vezes nem espera, como no caso do gol de Cano? Acho que nenhum torcedor tem dúvidas.
- Achei que o MT não fez um bom primeiro tempo e um excelente segundo tempo. Marquinhos fez um primeiro muito bom e caiu um pouco no segundo tempo. Mas o Marquinhos é uma referência, é um expoente, um jogador que a qualquer momento vai tirar algo da cartola. Cobrei muito o MT no intervalo, ele não podia continuar fazendo um jogo burocrático. Tinha que ser mais agressivo e flutuar no entre linhas.
- Foi o que fez no segundo tempo. Para mim, o MT fez o melhor segundo tempo dele desde que passou a ser titular. E ele vai evoluindo. Falei para ele que é um jogador de muita habilidade e força. Disse que ele não podia ser burocrático e tocar para trás, como fez no primeiro tempo. Ele tinha que romper e agredir a última linha do Coritiba. Foi o que ele fez, fez um grande segundo tempo. Uma pena que ele não conseguiu completar o jogo pelo desgaste, mas fez uma grande partida.
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