Análise de Boavista 2 x 2 Vasco
O Vasco está fora da disputa do Campeonato Carioca não pelo empate por 2 a 2 com o Boavista, em Bacaxá, mas sim em função do início ruim na competição. No duelo deste domingo, o time mais uma vez mostrou padrão e poder de reação após sair perdendo por 2 a 0, porém erros bobos definiram o resultado que o eliminou.
Andrey, Cano, Gabriel Pec e Léo Jabá, que teve entrada promissora na etapa final, foram símbolos de um Vasco que não mais abdica de tentar vencer. Insiste até o fim, luta e cria bastante. Foram inúmeras oportunidades claras, que, caso o time não tivesse visto o adversário abrir larga vantagem, poderiam ter sido aproveitadas com mais tranquilidade.
Vale lembrar que o Vasco, nas vozes de Gabriel Pec, Andrey e Marcelo Cabo, reclamou muito de pênalti não marcado em Cano aos 22 minutos da etapa inicial. O jogo estava em 1 a 0 e poderia ter desdobramento diferente.
Erros individuais minam o Vasco na etapa inicial
Na estreia de Vanderlei, o Vasco teve desfalque de última hora - Marquinhos Gabriel sentiu desconforto no aquecimento, e Carlinhos o substituiu. Apesar da baixa, o time de Marcelo Cabo começou o duelo mandando na posse de bola, mas os erros individuais foram cruciais.
Matías Galarza, que vinha colecionando boas atuações, foi mal no primeiro tempo e começou a sequência de erros no lance do primeiro gol adversário. Ele entregou a bola para o Boavista, e, posteriormente, Castan cometeu pênalti infantil em Jean Victor - Marquinhos converteu.
Com o gol sofrido precocemente, o Vasco se mandou para frente. Gabriel Pec e Zeca se entenderam muito bem, mas Cano, aos 14 minutos, perdeu chance que não costuma desperdiçar. Pouco depois, o argentino ia se redimindo com grande jogada, mas Pec, em posição ilegal, lhe "roubou" a bola e marcou. Lance anulado corretamente.
Como se lançou ao ataque, o Vasco levava bolas nas costas. Marquinhos quase fez o segundo surpreender Ernando. Mas o camisa 22 do Boavista acabou marcando novamente aos 27, quando, após escanteio, Cano errou na tentativa do corte e foi driblado antes do gol.
Com 2 a 0 de desvantagem, o Vasco se perdeu um pouco em campo e só foi reagir nos acréscimos do primeiro tempo. Depois de dois erros que não estão em seu script, Cano, enfim, fez o que dele se espera: gol. Mérito total para Léo Matos, que recebeu de Carlinhos, ganhou na força de Jean Victor e cruzou na medida para o argentino.
Morato ainda teve espaço aos 47, mas foi fominha e chutou no canto de Klever. Porém a mudança de postura na reta final da etapa deu esperanças para um Vasco que teve mais a bola (74% de posse de bola) e finalizações (10 a 7).
Volta do intervalo é promissora, mas virada não vem; Jabá vira ótima opção
O Vasco começou a etapa final como terminou a inicial: em cima do Boavista. Por isso, logo marcou. Carlinhos, inteligente no lance do primeiro gol ao lançar Léo Matos no tempo certo, teve a mesma paciência para escolher a hora de virar para Léo Jabá. Jabá, que substituiu Galarza, cruzou na medida para Pec empatar. O sexto gol dele na temporada - cinco no carioca. Mais um grande jogo do garoto.
Na parada técnica, Marcelo Cabo reclamou de um apagão entre os 15 e 20 minutos. Antes disso, afirmou que a equipe fazia um "jogo de almanaque". Leandrão, treinador adversário, disse que o Boavista "teria de estar pronto para matar o jogo" porque o Vasco dava sinais de cansaço, e "os caras estavam ficando arriados".
Jabá entrou bem no jogo pelo lado esquerdo, com Pec indo para o meio. Após a parada, colocou bola na cabeça de Cano, que quase marcou.
Figueiredo entrou aos 26 minutos, no lugar de Carlinhos. Assim o garoto colou em Gabriel Pec pela esquerda, e Jabá foi para o outro lado fazer companhia a Morato.
Aos 37, depois de muito tempo sem criar, Figueiredo fez boa jogada, Pec cruzou, e Cano por pouco não virou o jogo. Klever saiu mal, deu nos pés do gringo, que o driblou e chutou certinho. A defesa, com Gustavo Geladeira, salvou em cima da linha.
Depois disso, faltaram pernas para os dois times. Cano ainda chutou uma bola cruzada sem perigo aos 43 minutos. O Vasco não conseguiu o resultado que precisava, cometeu erros primários, mas novamente mostrou padrão. Foi melhor do que o Boavista, sobrou nas finalizações (21 a 12) e na posse de bola (71%). Os laterais Léo Matos e Zeca seguem crescendo, e Cano, apesar de alguns vacilos, continua mostrando-se um jogador incansável e que não desiste de vencer.
O estreante
Vanderlei não teve culpa nos gols do Boavista e fez duas boas defesas no primeiro tempo. Uma em chute de Jefferson Renan, mostrando boa recuperação, e outro em batida de Jean Victor de três dedos. No segundo tempo, fez ótima intervenção em finalização forte de Wisney.
Andrey em todas as partes do campo
Apesar de não ter feito gol, Andrey foi um dos melhores vascaínos no jogo, aparecendo em todas as partes do campo. Além de distribuir bem a bola (foi disparadamente o líder de passes do jogo, com 103 - 94 certos - dos 534 do Vasco). Prova maior de sua entrega deu aos 43 minutos do segundo tempo, quando voltou à defesa para corrigir erro de Ernando e na sequência apareceu na frente para deixar Cano em condições de finalizar com um chute cruzado.
Fonte: ge