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Análise: Arte de Payet salva um irregular Vasco diante do lanterna América

O cenário parecia perfeito para emendar a terceira vitória de forma tranquila e respirar mais aliviado na luta contra o rebaixamento, mas o Vasco fez a sua torcida sofrer em São Januário. Lidou mal com o fato de ter aberto o placar muito cedo, foi uma equipe desorganizada e mentalmente abalada. Havia, porém, Dimitri Payet em campo, e ele deu o triunfo com uma linda cobrança de falta no fim.

Os três pontos são ainda mais importantes quando se consideram os resultados dos rivais do Vasco na luta contra o rebaixamento. Cruzeiro e Goiás perderam. Bahia e Santos apenas empataram dentro de casa. O fim do jogo foi de merecida festa, mas o rendimento do time deixa um alerta para as próximas rodadas.

Escalações

Ramón Diaz não teve Erick Marcus, que vinha sendo o titular da ponta-esquerda, e escolheu Alex Teixeira para substituí-lo. O restante da equipe foi o mesmo que já vem sendo escalado. Rossi voltou a ficar a disposição no banco de reservas. Payet também iniciou entre os suplentes.

Já o interino Diogo Giacomini deu chance a alguns jogadores que eram pouco utilizados por Fabian Bustos. Daniel Borges entrou na lateral-direita. Júlio César formou a zaga com Ricardo Silva. Lucas Kal foi o primeiro volante. Assim como o Vasco, a equipe foi escalada no 4-3-3, com Everaldo e Felipe Azevedo nas pontas.

O jogo

Enfrentar o último colocado do campeonato, rebaixado a quatro rodadas do fim da competição, parece um bom negócio. Mas o Vasco provou o gosto do desafio e certamente não concordou com essa sensação. Mesmo abrindo o placar com apenas três minutos, em contragolpe puxado por Gabriel Pec e finalizado por Vegetti, viu o América ser superior no 1º tempo em São Januário.

Solto, já sem grandes responsabilidades, o Coelho fez um jogo leve e arrojado. Desde o início da partida buscou a bola para se instalar no campo do Cruzmaltino, e por mais incrível que possa parecer, fez isso de forma ordenada. Com boa ocupação de espaços, movimentos bem ensaiados, intensidade e coragem.

A postura lhe rendeu um rápido empate com o impressionante Mastriani, que chegou a 11 gols na competição. Erro conjunto de Maicon e de Paulo Henrique na proteção da área. Martinez e Juninho trabalhavam bem como uma dupla de meias pelo centro do campo. Everaldo e Felipe Azevedo aceleravam pelos lados. O zagueiro Júlio César acertava ótimos passes para os companheiros.

O Vasco pareceu se acomodar num primeiro momento. Despertou após o empate, mas teve poucos períodos de real efetividade, a maioria deles com Gabriel Pec pela direita. Foi uma equipe extremamente afobada com a bola. Confundiu aceleração com precipitação. Tomou muitas decisões ruins e cometeu mais erros técnicos que o normal.

Alex Teixeira cresceu um pouco ao se soltar do lado esquerdo, mas ao mesmo tempo Lucas Piton não teve com quem tabelar ou triangular ao avançar. Praxedes e Paulinho eram irregulares. O cenário fez o Vasco ceder muitos contragolpes aos mineiros, que estavam mais equilibrados e bem dispostos em campo. Poderiam ter ido ao vestiário com uma vitória parcial.

Ramon Diaz sacou Bruno Praxedes e Alex Teixeira no intervalo. Payet entrou na meia-esquerda e Rossi na ponta-direita. Gabriel Pec mudou de lado. Se houve melhora na produção coletiva de jogadas pela direita, com a dobradinha Rossi-Paulo Henrique, fator que gerou três boas chances ao Vasco no 2º tempo, o mesmo não se pode dizer das transições defensivas.

Os cariocas seguiram recompondo muito mal. Mentalmente abalados, deram espaços a ataques perigosos do América. Martinez chegou a acertar a trave esquerda de Léo Jardim e depois obrigou o goleiro a fazer ótima defesa. A entrada de Jair não resolveu o problema. E Ramon Diaz ainda acrescentou mais presença na área ofensiva com Sebastian Ferreira.

Payet mantinha o padrão da maior parte de suas atuações pelo Gigante da Colina. Sem regularidade. Pequenos brilhos, mas nada constante. Até que Vegetti, mais uma vez o melhor do time em uma partida, conseguiu uma falta na risca da meia-lua, e o francês colocou com capricho no ângulo esquerdo.

O Cruzmaltino terá agora um confronto direto fora de casa com o Cruzeiro, no dia 22 de novembro, em jogo atrasado da 33ª rodada.

Fonte: Blog do Rodrigo Coutinho - ge