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Análise: Apesar de novo esquema, problemas permanecem

Jorginho mudou de esquema tático, o Vasco voltou a vencer - com Zinho na beira do gramado -, mas alguns dos problemas que o time vem apresentando nas últimas partidas permaneceram contra o Brasil de Pelotas. O triunfo por 2 a 0 em São Januário no sábado teve poucos momentos de brilho ofensivo e ressaltou a falta de proteção na defesa cruz-maltina, especialmente no primeiro tempo. Pelo menos, os três pontos conquistados mantiveram a equipe na liderança da Série B.

Ao longo da semana, Jorginho fechou os treinos para a imprensa. Com mais privacidade, testou outras formações. No jogo, com Zinho o representando na área técnica, decidiu substituir o 4-4-2 em losango e apostou num 4-2-3-1. Na dúvida sobre quem encaixar no meio-campo, optou por não escalar William nem Julio dos Santos e pôs Henrique na ponta esquerda.

- Durante a semana montamos o trabalho, com Henrique, Caio Monteiro. A gente atua mais no 4-4-2, mas, nesse jogo, optamos por ter velocidade pelos lados, com jogadores mais jovens. Funcionou bem. Estudamos o time adversários e vimos que encaixaria muito bem - explicou Zinho, que substituiu o suspenso Jorginho na área técnica.

Um dos problemas vascaínos nos últimos jogos era a falta de criatividade. O time tinha pouca diversidade no ataque. Com Henrique e Caio Monteiro abertos, Jorginho ganhou velocidade. Na teoria, tudo fazia sentido. Mas, no jogo, apesar do bom início dos jovens, a equipe não manteve o ritmo. O meio-campo despovoado impedia que Nenê, em noite discreta, e Andrezinho conduzissem o time. O resultado: bolas longas para os atacantes, em desvantagem com a marcação. A situação melhorou no segundo tempo, com maior aproximação entre os jogador.

Outro velho e insistente problema está na proteção à zaga. Com um time ainda mais ofensivo, o Vasco deu muito espaço para o contra-ataque do Brasil. Cada bola perdida no meio rendia avanços livres dos jogadores xavantes, que desperdiçaram boas chances em frente a Jordi.

Nova alternativa

Neste caso, há uma ressalva a se fazer. Numa nova formação, com peças diferentes, era de se esperar que o entrosamento não fosse o mesmo. Para jogar de maneira mais ofensiva e apenas um volante de origem – Marcelo Mattos -, é preciso ter, principalmente, compactação para negar espaços ao rival. Aconteceu o contrário, embora tenha sido possível perceber evolução na etapa final, suficiente para ganhar a aprovação de Zinho. 

- (O esquema) foi específico para o jogo de hoje, pela nossa necessidade, nossas opções. Mas se torna uma alternativa, porque foi bom o que vimos. Gostamos. É uma alternativa. Às vezes até dentro do jogo. Não precisa iniciar, mas, dependendo da situação de jogo, para desarticular o adversário. O Henrique foi muito bem. 

De positivo, fica a nova opção que Jorginho tem. O técnico pode investir e insistir com os três atacantes, que apresentam novas soluções ofensivas à equipe. Mas precisará pensar em como compactar o time tanto na defesa quanto no ataque. O Vasco segue competitivo e ganha jogos mesmo quando não está em grande noite, mas a torcida, que chiou durante a partida, deu sinais de que espera mais. 

Na próxima rodada, o Vasco encara o Luverdense, em Lucas do Rio Verde, Mato Grosso, sábado (16), às 18h30 (de Brasília). O Cruz-Maltino tem quatro desfalques: Madson, Rodrigo, Andrezinho e Nenê, todos suspensos pelo terceiro cartão amarelo.

Fonte: ge