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Análise: Alex Teixeira é esperança para amenizar drama do Vasco na Série B

O Vasco está no seu limite, a cinco rodadas do fim da Série B. São jogadores psicologicamente desgastados, como o goleiro Thiago Rodrigues, que parece ter perdido a confiança de antes depois de ter enfileirado falhas - a última no segundo gol do Operário.

Há também a decadência física, personificada por Nenê. Aos 41 anos, ele não aguenta mais o ritmo das partidas neste fim de temporada. Foi importante ao longo de 2022, quando o lado físico ainda permitia o jogador acompanhar as exigências de um contra-ataque, de um marcador mais ágil. Hoje, não mais.

O cruz-maltino precisa finalizar o serviço na Série B e confirmar o retorno à elite em um contexto de desmonte tático. O Vasco que Zé Ricardo foi construindo ao longo do ano, a despeito de alguns problemas estruturais, se mantinha de pé. Com o passar do tempo, a casa foi desmoronando e hoje, sob o comando de Jorginho, o coletivo é quase nenhum.

A vitória sobre o Operário aconteceu apenas porque a único fato novo que ainda resta ao Vasco no ano finalmente deu as caras: Alex Teixeira. Ele foi o autor dos dois gols da virada. Entrou no segundo tempo e desencantou desde que retornou à Colina.

Foi a 12ª partida dele nesta Série B. Alex Teixeira foi contratado em julho para ser a bala de prata na campanha: o acréscimo técnico necessário para o time conseguir a vaga na primeira divisão sem sustos.

Na teoria, isso tinha tudo para acontecer. Um jogador inquestionavelmente com bons recursos, em uma competição de nível tão baixo, seria um diferencial. Entretanto, Alex Teixeira nunca havia sido esse fator desequilibrante, capaz de compensar outras deficiências do time, tanto técnicas quanto táticas. Somente contra o Operário que ele foi.

Ainda é pouco, mas para ser o suficiente, não falta muito. São cinco jogos ainda pela frente. Com 52 pontos, o Vasco tem grandes chances de garantir matematicamente o acesso com mais oito. Seriam mais duas vitórias e um empate.

Alex Teixeira chegou com potencial para se tornar ídolo, por ser um jogador formado no clube, declaradamente vascaíno, que se esforçou para voltar a atuar pelo cruz-maltino. Se resolver mais três partidas até o fim da temporada, terá cumprido seu papel e tirado o Vasco de uma inércia na tabela que, sem ele, é uma possibilidade ameaçadora.

Fonte: O Globo