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Análise: 'A arbitragem roubou a cena no empate entre Vasco e Chapecoense'

A arbitragem de Douglas Marques Flores roubou a cena no empate sem gols entre Vasco e Chapecoense, e não é para menos. O time da casa ficou na bronca porque o jogo foi picotado com muitas faltas (30 no total) e pelo pênalti não marcado em cima de Eguinaldo no segundo tempo. A diretoria vascaína vai enviar, nesta segunda-feira, um ofício à CBF solicitando áudios e vídeos do VAR e demonstrando seu descontentamento.

Em que pese esse fato, o Vasco também teve parcela de culpa grande no empate frustrante em São Januário, na partida que marcou a volta de Alex Teixeira ao time - ele entrou no segundo tempo, participou de boas jogadas, mas ainda precisa ganhar ritmo de jogo. O time comandado por Emílio Faro incomodou pouco o adversário e voltou a sofrer com a dificuldade de criação, uma tônica de toda a temporada.

Ao não agredir as linhas e empurrá-las para trás, o Vasco permitiu que a Chape estacionasse um ônibus na frente da defesa. Deixou a equipe de Marcelo Cabo confortável até para aprontar na frente: não fosse grande defesa de Thiago Rodrigues, Perroti teria inaugurado o placar ainda no primeiro tempo.

O melhor momento do Vasco no jogo foi dos 30 do segundo tempo para frente, quando a equipe conseguiu ensaiar uma pressão. Nos 70 minutos (mais acréscimos) antes disso, as únicas boas chances haviam saído em dois chutes de Andrey defendidos pelo goleiro Saulo e numa finalização de Raniel para fora. Muito pouco para quem briga pelo acesso.

A boa notícia é que chegou ao fim neste domingo uma maratona percorrida pelo Vasco nas últimas duas semanas - o que pode justificar o cansaço de alguns jogadores contra a Chape. Foram cinco jogos nesse período. Agora o próximo, contra a Ponte Preta, é só daqui a oito dias: na terça-feira da semana que vem, em Campinas. Os jogadores folgam nesta segunda e terça e se reapresentam na quarta, no CT Moacyr Barbosa.

Jogo sonolento, gás no fim

O Vasco neste domingo não teve a "Napolitana" para abrir o placar no início do jogo e trazer a dinâmica do jogo ao seu favor. Contra o CRB, na última rodada o gol em cobrança ensaiada de escanteio foi fundamental para a construção da goleada. Contra a Chape, a realidade é que o primeiro chute na direção do gol saiu só aos 18 minutos.

E olha que foi uma jogada construída meio aos trancos e barrancos: Figueiredo se atrapalhou com a bola, por sorte ela sobrou em Nenê, que conseguiu um toque para Pec, que por sua vez dominou meio no susto. Andrey apareceu bem na área, mas o chute fraco de canhota parou nas mãos do goleiro Saulo.

Foi essa a dinâmica do primeiro tempo inteiro. Gabriel Pec e Figueiredo fizeram uma partida abaixo tecnicamente e não conseguiram dar amplitude ao ataque vascaíno. Nenê exagerou nos passes errados (17!), e Andrey apareceu pouco porque as linhas da Chape estavam muito baixas. O time de Chapecó entregou a bola ao Vasco, que tem dificuldade tremenda em furar defesas minimamente organizadas.

Com a incapacidade do Vasco em agredir o adversário e a ansiedade da torcida em ver o novo reforço em campo, logo na volta do intervalo os gritos de "Alex Teixeira" já tomavam conta das arquibancadas. Ele entrou aos 15 no lugar de Figueiredo - na coletiva, Emílio Faro explicou que o plano era realmente que ele atuasse pouco mais de 30 minutos.

Aos 32 anos, Alex ainda precisa retomar o ritmo de jogo, isso é nítido. Sua última partida pelo Besiktas havia foi em 21 de maio, quando entrou faltando 10 minutos para o fim. Antes disso, só havia atuado por 19 minutos na vitória sobre o Kayserispor, no dia 1º de maio. Dito isso, o meia-atacante se apresentou bem em São Januário e foi um dos responsáveis pela melhora da equipe na reta final.

Alex Teixeira teve duas chances de gol. Na primeira, aos 37, não esperava que a bola sobrasse para ele na segunda trave depois da cobrança de escanteio e cabeceou fraco para fora. Já aos 48, após boa tabela com Marlon Gomes, chutou na rede pelo lado de fora.

Entre as substituições, no entanto, Eguinaldo foi quem entrou melhor na partida. O atacante de 17 anos saiu do banco junto com o Alex e deu trabalho à defesa da Chape. Deu um chute a gol e protagonizou o lance mais polêmico do confronto, ao ser derrubado dentro da área aos 31. O árbitro nem sequer foi convidado para rever o lance no VAR.

Fonte: ge