Vasco tem reunião importante do Conselho Deliberativo nesta segunda (23/12)

A conta é simples: o Vasco tem a estimativa de faturamento de R$ 500 milhões com suas receitas correntes em 2025 (sem venda de direitos econômicos e prêmios) e a obrigação de pagar a metade em dívidas de curto prazo. Com a essa narrativa a diretoria espera aprovar na noite desta segunda-feira (23), em Assembleia do Conselho Deliberativo, na sede da Lagoa, a decisão de pedido de Recuperação Judicial (RJ). Virá do resultado dessa votação o fôlego do clube para ir ao mercado atrás de reforços de bom nível.

Em tese, o Vasco ao estado em que se encontrava em 2022 na gestão Jorge Salgado, com o time na Série B, e o clube inviabilizado financeiramente, depauperado em suas estruturas. Pior: salários atrasados, risco de punição por “Transfer Ban” — castigo imposto pela Fifa, que proíbe o registro de novos jogadores. Mais: rebaixado na edição da Série A em 2020, o clube já não havia conseguido o acesso em 2021 e se via num momento difícil para concretizar o retorno à Série A de 2023.

A história hoje é distinta porque o elenco, ainda que necessite de qualidade, oferece um pouco mais de competitividade. Porém, o clube não tem os suficientes recursos para cumprir parcelas acertadas pela SAF, cuja gestão estava entregue à falida 777 Partners, e arcar com dívidas tributárias não inclusas no Regime Centralizado de Execuções (RCE). Do qual, aliás, o clube já obteve suspensão provisória, fugindo da obrigação de destinar R$ 4 milhões mensais para dívidas cíveis e trabalhistas.

Em resumo, o Vasco só conhecerá sua capacidade de investimento em reforços para 2025 após essa reunião no Conselho Deliberativo. A expectativa é de aprovação. Mas há ressalvas a serem feitas. Uma delas é a garantia de que os beneméritos que emprestaram dinheiro para socorrer o clube em momentos de dificuldades sejam tratados de forma distinta; e outra é que a RJ não influencie no ritmo das negociações para a venda das ações da SAF — hipótese sustentada no bastidores.

Lembrando que, como informado na coluna da última sexta-feira (20), o plano a ser discutido na Assembleia de Credores, após a aprovação na Justiça do pedido de RJ por 30 anos destina R$ 1,5 milhão para quitação de dívidas em 2025; R$ 5 milhões em 2026; e R$ 10 milhões em 2027. O modelo é parecido com o adotado por Cruzeiro e Sport, que graças a ele tiveram capacidade de investimento. O problema é que se a RJ aprovada não for cumprida, aumenta o risco da decretação da falência.

Fonte: Blog Gilmar Ferreira - Extra

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