Vascaíno viaja 16h para realizar o sonho do pai no estádio

O domingo pode ser especial para o torcedor do Vasco, que vive a expectativa de deixar anos de sofrimento para trás e comemorar o título da Copa do Brasil diante do Corinthians. E quando a bola rolar, às 18h, no Maracanã, dois deles vão viver uma experiência diferente. Mineiros de Patrocínio, no Triângulo Mineiro, pai e filho foram para Uberlândia, viajaram 16 horas de ônibus e percorreram mais de 1.000km para assistir à decisão no Maior do Mundo.

Como se tudo isso já não fosse especial o suficiente, Paulo Gabriel, de 22 anos, vai proporcionar ao pai Jesus, que fez 61 há exatamente um mês, a oportunidade de ver um jogo do Gigante da Colina pela primeira vez no estádio. De acordo com o aposentado, a chance de ver o time do coração ser campeão de perto é a realização de um sonho.

“A sensação é imensa e de muita alegria. Isso é um sonho de criança que eu tenho de vir ao Maracanã em um jogo do Vasco. E hoje temos esta possibilidade de ser esta possibilidade de sermos campeões sobre o Corinthians. Eles estão atravessados na garganta por causa do Mundial que ganharam da gente”.

— Foi o coração que fez a gente se manter durante este jejum. O amor pelo Vasco está na veia. Foi isso que manteve a nossa paixão pelo clube. Mas se Deus quiser, vamos ser campeões neste domingo.

Se Jesus Ferreira Lino viveu os títulos da Libertadores, do Brasileiro e de Cariocas marcantes, com times históricos, o filho não teve a mesma sorte. Nascido em 2003, Paulo Gabriel pôde comemorar o título da Copa do Brasil de 2011 e alguns estaduais.

No entanto, ele viu os quatro rebaixamentos do Gigante da Colina e ainda precisou lidar com conquistas recentes importantes dos rivais Flamengo, Botafogo e Fluminense. Segundo ele, só o amor pela equipe carioca explica como ele conseguiu suportar os últimos 14 anos.

— Peguei uma fase muito ruim do Vasco. Quando o time foi campeão da Copa do Brasil eu tinha oito anos e me lembro como se fosse hoje. Estávamos, meu pai e eu, sentados na sala de casa e encostados no sofá. No calor do momento, comemoramos. Depois de 14 anos, viver isso é uma loucura total. Coração está a mil, a ansiedade nem se fala — disse.

“É igual uma das nossas músicas diz: ‘O sentimento não para, pois todo vascaíno tem amor infinito’. Desde criancinha aprendi isso com meu pai, sempre me mantive firme e tive este amor gigantesco pelo Vasco, mesmo com as dificuldades, os rebaixamentos, os rivais com título. Sempre tive a esperança de que isso iria mudar. E acho que está mudando. Como diria a canção: ‘O Vasco é minha vida, minha história o meu melhor amigo’”.

A decisão de ir para a final da Copa do Brasil e encarar mais de 1.000km de estrada entre Patrocínio, Uberlândia e Rio de Janeiro foi tomada em setembro, depois que o time passou pelo Botafogo nas quartas de final, nos pênaltis. Mesmo antes dos duelos diante do Fluminense, tudo já estava resolvido.

— Em setembro a gente disse: “Se o Vasco for para a final, vamos estar lá”. Fizemos a compra das passagens faz um mês e meio, contando que o time iria passar do Fluminense. Depois da classificação, a decisão se concretizou, e o apartamento já estava alugado também (risos). A questão dos ingressos foi a seguinte: eu consegui porque assinei o sócio-torcedor. Fiz a contratação por um ano só para conseguir as entradas, porque eu sabia que iria acabar muito rápido, só para podermos estar no Maracanã no domingo — contou.

Paulo Gabriel sabe que a partida será difícil e se diz tenso para o duelo deste domingo. No entanto, ele está confiante e afirma que ver o pai poder realizar o sonho de ir a um jogo tão importante na história do Vasco é um presente.

— É justamente este ponto que me deixa mais feliz ainda. A gente sempre comentou: ele sempre quis conhecer o Maracanã. E vamos fazer isso justo em uma final, com 70 mil vascaínos no estádio. É uma felicidade imensa — concluiu.

Vasco e Corinthians se enfrentam na noite deste domingo, a partir das 18h no Maracanã. Com o empate em gols no jogo de ida, quem vencer será campeão. Nova igualdade leva a definição do título para a disputa por pênaltis.

Fonte: ge

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