Vascaíno fala sobre projeto de ter construído um 'museu do Vasco' no quintal
Imagine só ter um espaço dedicado especialmente ao clube do coração - e no quintal da própria casa. Torcedor fanático do Vasco, Batista Freitas, de 72 anos, viralizou nos últimos dias nas redes sociais por conta de um projeto de vida que se tornou realidade e que tem como finalidade expandir a paixão pelo Cruzmaltino para além dos muros de sua residência, na pacata Içara, cidade catarinense perto de Criciúma.
Tudo começou por acaso. Depois de trabalhar por quase 50 anos no ramo de supermercados, Batista, que é torcedor fanático do Vasco desde a infância, se aposentou e, mesmo a mais de 1.300 km do Rio de Janeiro, resolveu ajudar o clube na campanha de arrecadação de fundos para a construção do CT Moacyr Barbosa, inaugurado em 2020.
Como gratificação pelas doações, Batista recebeu quatro medalhas personalizadas que deram início a uma outra paixão: a de colecionar camisas de futebol. Com a coleção aumentando cada vez mais, o espaço interno de sua casa ficou pequeno para guardar todas as suas preciosidades, e então ele resolveu levantar uma construção no próprio quintal - aproveitando uma área de 100 m² que pertencia à piscina - unindo o amor pelo Vasco às raridades que tem do clube. Foi assim que surgiu o que ele apelidou de "Espaço Vascaíno" - agora também conhecida como "Vascasa".
Para tornar o seu projeto realidade, Batista contratou uma arquiteta para auxiliá-lo, mas já tinha em mente aquilo que desejava. O espaço é todo personalizado com referências ao Cruzmaltino, desde a fachada ao interior, e também possui uma TV de 70 polegadas, que virou o espaço oficial onde ele e seus amigos assistem aos jogos do clube do coração.
Somando a sua coleção aos gastos para a construção, foram investidos cerca de R$ 900 mil. Mas, para ele, o "Espaço Vascaíno" vai muito além de uma realização pessoal como torcedor, mas também visa expandir a paixão pelo clube pela região. E que depois do sucesso nas redes sociais promete atingir distâncias ainda maiores.
"Com essa viralização o que tem de gente para conhecer o espaço é brincadeira (risos). Eu construí para trazer aquelas crianças, aquele pessoal que já está meio esquecido do nosso clube na região, para fazer com que chame atenção de novo. A gente faz isso para levar o nome e a história do Vasco para todos aqueles que não conhecem. Eu tenho livros, recortes de jornais, a Resposta Histórica na parede, tenho muitas fotos de jogos, jogadores. Tudo isso desperta a atenção de quem vai ali ver, principalmente as crianças. Eu quero ver se com isso aumenta o número de torcedores aqui na região", disse, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.
Entre as preciosidades que guarda intactas no "museu" presente no seu quintal, estão camisas dos anos 70, 80 e 90, e que já foram usadas por algumas lendas cruzmaltinas. Batista também revelou quem são os seus ídolos. E vai de Roberto Dinamite a Carlos Germano.
"O meu primeiro ídolo que eu acompanhei no Vasco e vi na seleção brasileira foi o (Hércules) Brito. Inclusive, ele me segue, eu tenho fotos dele no Espaço Vascaíno, ele quer autografar uma camisa para mim e, seu eu for ao Rio, eu quero visita-lo. Dos mais novos, eu tenho o Carlos Germano, que é um grande ídolo mesmo, Roberto Dinamite, um dos ídolos máximos, Mauro Galvão. A nossa época dos anos 90 foi muito recheada de grandes jogadores que viraram ídolos".
Superar o medo de avião para conhecer São Januário
Durante a entrevista, Batista fez uma confissão: nunca foi a São Januário ou ao Maracanã para acompanhar in loco um jogo do Vasco. E tudo por conta de uma trauma em viajar de avião. Ele, entretanto, prometeu que em 2024 deixará este medo para trás e viajará com o filho e seus amigos para o Rio de Janeiro.
"Faz uns 15 anos, por aí, que eu não ando mais de avião. Eu levei um susto em uma viagem de Chicago para cá, no Triângulo das Bermudas, e isso me afetou muito", revelou.
"Eu até tinha o escritório da empresa que eu trabalhava em São Paulo, ia todo mês para lá, fui duas vezes ao Rio, ficamos em Copacabana. E fui descobrir ali na hora que o Vasco se concentrava no mesmo hotel, combinamos de ir a um jogo em São Januário, e o meu patrão decidiu fazer um tour pelo Rio com a gente, fui nesse tour, mas chegamos depois da metade do jogo. O Viola subiu no elevador com a gente, ele tinha ficado na reserva e aí saiu antes do jogo. Não consegui ir a um jogo ainda, mas esse ano eu já combinei com o meu filho, com os meus amigos do Rio. Eu quero ir para visitar tudo o que é do Vasco, a Sede Náutica".
E do atual elenco do clube carioca, ele também tem os seus "preferidos", que pretende conhecer pessoalmente.
"Payet, o nosso goleiraço (Léo Jardim). Teria o maior prazer de conhecer os dois. Claro, o (Lucas) Piton está em uma fase grande também, seria outro. Fico com os três (risos)".
Sobre o momento vivido pelo clube do coração, que hoje é uma SAF (Sociedade Anônima do Futebol), Batista acredita que o caminho que está sendo traçado é o correto para que o Vasco volte a brigar e a conquistar títulos. E também fez elogios ao técnico Ramón Díaz.
"Eu gosto do Ramón, o considero um dos melhores técnicos. A expectativa nossa é, sim, que se esse ano ele não beliscar uma Libertadores pelo Brasileiro, no ano que vem a gente comece a buscar os títulos. Tanto Libertadores como Copa do Brasil, e a gente voltar para o que era antes. Porque com certeza faz uns 20 anos que a gente não vê mais títulos a não ser o da Copa do Brasil de 2011. E aquelas pessoas mais novas ainda não tiveram esse prazer de pular, de ver o Vasco conquistando esses títulos, mas para o ano que vem com certeza vamos buscar títulos", finalizou.
Fonte: ESPN
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