O que o Vasco vê como boas fontes financeiras para 2025

Em duas temporadas na “era SAF”, o Vasco viveu um Brasileirão de desespero seguido por outro de certa tranquilidade, com bom desempenho na Copa do Brasil. É neste segundo cenário que o clube espera permanecer em 2025. Ontem, o elenco se reapresentou no CT Moacyr Barbosa e teve o primeiro contato com o técnico Fábio Carille, nome simbólico para as pretensões deste ano.

Conhecido pelas equipes sólidas no aspecto defensivo, uma das dificuldades do clube em 2024 (foi a quarta pior defesa do Brasileirão), o treinador é a esperança de uma caminhada sem turbulências e com a possibilidade até de sonhar mais alto.

No Vasco, o ex-treinador do Santos encontrará um setor defensivo muito modificado. Das três principais opções no miolo de zaga — Maicon, Léo e João Victor —, apenas João permaneceu no clube. Chegaram Lucas Oliveira (ex-Cruzeiro) e Lucas Freitas (ex-Juventude e Palmeiras) para disputar posição enquanto o clube segue no mercado em busca de um nome mais experiente e com “mais peso” para o setor.

Os dois defensores e o goleiro Daniel Fuzato (ex-Eibar-ESP) chegaram por meio do mesmo modelo de negócios: a transferência em troca da manutenção de parte dos direitos econômicos para as equipes de origem dos atletas. Uma saída em meio ao cobertor curto das finanças vascaínas.

Em paralelo a um processo de renegociação de dívidas — que pode levar a um pedido de recuperação judicial ou extrajudicial —, o clube também tenta reequilibrar a relação de custos no futebol, o que tem freado o poder de investimentos em contratações. A conta também envolve o próprio centro de treinamentos, que deve passar por melhorias neste ano.

Um outro processo que corre em São Januário é o de uma possível revenda da SAF para um novo investidor. As atuais conversas seguem entre sondagens e movimentos de due diligence (análise de riscos) por parte dos interessados. É algo que a diretoria de Pedrinho trata ainda num cenário de possibilidade enquanto gere o futuro imediato do clube. No momento, o Vasco segue “caminhando com as próprias pernas” em termos financeiros.

Comandado por Rafael Paiva na maior parte de 2024, o Vasco se caracterizou como uma equipe forte na transição, na saída pelos corredores e pela bola aérea, com Vegetti. Na reta final da temporada, em meio a lesões, experimentou uma versão com mais posse de bola, tanto na reta final da passagem de Paiva, que acabou demitido, quanto nos três jogos finais, com Felipe como interino.

Meio-campo forte

Mais próximo da primeira proposta, Carille ganhará algumas opções a mais em relação a seu antecessor: contará com os volantes Jair e Paulinho, lesionados gravemente no último estadual, que estarão disponíveis desde o início da temporada. Tchê Tchê, campeão brasileiro e da Libertadores com o Botafogo, reforçou o setor. Com Hugo Moura, Mateus Carvalho e Souza como opções para primeiro homem, o meio é a posição que mais se fortaleceu de uma temporada a outra.

— A competição é boa, é sadia. Tem grandes jogadores no meio-campo, na lateral, na zaga. O importante é ter peça para repor. Vamos ter quatro competições importantes. Isso vai pedir rodagem no decorrer da temporada. Então, quanto mais jogador tecnicamente e fisicamente bem vai ser importante para o grupo — declarou Paulinho, ontem, em entrevista coletiva na reapresentação.

O ataque ainda segue como incógnita. Adson é outro nome que volta a estar disponível (após cirurgia no segundo semestre), mas David está fora do início da temporada. Foram os titulares na ponta direita e na esquerda, respectivamente. Com exceção dos dois, nomes como Emerson Rodríguez, Jean David, Alex Teixeira e Rayan não se firmaram. O ataque deve ser a segunda prioridade do clube no mercado, tanto nos lados quanto na função de referência, para a qual Vegetti segue sem reserva imediato.

Com Carioca (no qual estreará com time alternativo), Brasileiro, Copa do Brasil e Sul-Americana pela frente, o Vasco mira nas duas últimas como fonte de boas premiações financeiras e possibilidades de chegar longe ou até mesmo brigar pelos títulos. No futebol paulista, Carille ficou conhecido pelo ótimo desempenho em em competições mata-mata.