Kléber 'Gladiador' relembra passagem pelo Vasco
Desde a chegada da SAF, o Vasco caminha para se estruturar não somente dentro dos gramados, com bons times, mas também em mudar a realidade estrutural que, muitas vezes, se mostrou precária em um passado recente.
Em entrevista ao programa MunDu Meneses nesta segunda-feira (8), que foi ao ar no YouTube da ESPN, Kléber 'Gladiador' contou com detalhes o que vivenciou durante a passagem pelo Cruzmaltino em 2014.
"Era assim. O Vasco não tinha onde treinar na época, treinava na maioria das vezes em São Januário. Cheguei lá, era Copa do Mundo, São Januário estava para a Fifa, era uma sede, então a gente não podia treinar lá. Nosso treino era em Curicica. Era no meio da favela, só os barracos. Os caras viam os treinos do barraco, uns flamenguistas gritavam. A gente treinava ali, mas no meio da favela mesmo", começou por dizer.
"A gente chegava de manhã e tomava café. A mesa para tomar café era aquelas de plástico, que o cara dobra. Botava o café, geral tomava café junto. O cara cortava o pão em cima do leite do outro, era a maior várzea. A grama de Curicica era cheia de buraco. A gente treinava lá, treinamos algumas vezes no CFZ, do Zico, que era um pouquinho melhor. Mas banho frio, banho gelado", completou.
Falta de energia elétrica e fezes de gato no campo
A estrutura precária também era vista em São Januário. Kléber revelou que já teve de tomar banho no escuro por falta de luz elétrica no estádio cruzmaltino.
"Aí voltamos para treinar em São Januário, em um dos primeiros treinos, depois que treinamos, fui tomar banho. Energia elétrica desligada. Peguei minha roupa, fui tomar banho, tudo escuro, fui entrar no boxe e tinha um cara lá já, porque você não consegue ver. Não dava, uma bagunça."
Durante os treinos, segundo o ex-atacante, era comum os jogadores realizarem as atividades sob o forte cheiro de fezes de gatos, presentes em São Januário.
"Quando subo, tá o Douglas lá. Perguntei: 'O que foi, cara?' Fazendo bobinho e ele assim (com a camisa no rosto). Perguntei: 'Douglas, que cheiro é esse, cara?' Ele falou: 'Não sabe não? Aqui é cheio de m**** de gato, porque aqui tem muito rato, então botaram muito gato para pegar os ratos'. Os gatos andavam no campo à noite, então cagavam o campo todo. Então quando a gente ia treinar de manhã era cheio de m**** de gato. Torcida gigantesca, fanática, dava dó. Por isso que o Vasco sempre teve tantas dificuldades e caiu várias vezes."
Ao todo, Kléber atuou 28 vezes e marcou oito gols com a camisa do Vasco. O atacante fez parte do elenco que terminou em 3º lugar na Série B e retornou à elite do Campeonato Brasileiro.
Fonte: ESPN
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