Emiliano: 'Tenho certeza que ele queria nos mandar embora muito antes'
Filho de Ramón Díaz, Emiliano Díaz explicou o que ocorreu no vestiário depois da goleada sofrida pelo Vasco para o Criciúma, no dia 27 de abril, em jogo da quarta rodada do Brasileirão. Logo após perder por 4 a 0, o clube comunicou que eles não seriam mais técnico e auxiliar do clube.
Em entrevista ao "Futbolaço Podcast" nesta terça-feira, Emiliano revelou uma mágoa com Lúcio Barbosa, ex-CEO do Vasco, e e citou vários episódios que desgastaram a relação com a gestão da 777 Partners na SAF.
- Ele nos mandou embora, isso está certo. O Lúcio nos mandou embora. Falei na cara dele: você me mandou embora pelo Twitter. Antes de falar na coletiva, eu falei na cara dele. Se você não quer mais a gente, me diz e acabou. Qual é o problema? - afirmou o argentino, que ao menos por enquanto segue morando no Rio de Janeiro.
- O que acontece no vestiário... Você tem muitas estratégias para trazer o grupo para o seu lado, entende? Vieram todos, falamos: "Desse jeito vocês querem que fiquemos?". Isso é uma estratégia. Não é que você falou "eu quero ir embora", não é assim. Isso é futebol profissional, é parte de uma estratégia. Não é "vou embora" e vai embora. Se eu quisesse ir, avisaria no outro dia, não tem problema. É simples - prosseguiu Emiliano.
"Para trazer um jogador, demora um mês. Para demitir uma pessoa, são 12 minutos?"
- Não é assim o futebol. Tenho certeza que ele queria nos mandar embora muito antes, da maneira que aconteceu. Nós falamos: "Desse jeito, não podemos seguir". É a primeira vez que isso acontece na história do futebol. Você não fala com o treinador se ele quer ir embora ou não e mete isso no Twitter - concluiu.
Emiliano Díaz disse, ainda, que no dia seguinte à demissão, foi impedido de entrar no CT Moacyr Barbosa para se despedir dos ex-companheiros.
- Aconteceram muitas coisas que ficamos tristes. No outro dia ao que nos mandaram embora, eu falei: "deixa eu me despedir da galera". Não me deixaram entrar no CT. Ele não me deixou entrar no CT. Para mim, foi uma das coisas mais dolorosas que vivi porque eu sabia que, lá dentro, tinha pessoas que gostam muito de mim. Não pude dar um abraço neles nem falar "obrigado". Não pude tirar minhas coisas de lá. Fui embora como se tivesse matado uma pessoa. Erramos? Claro que erramos. Jogamos mal? Claro que jogamos mal. Eu não tiro essa responsabilidade. Mas não era para nos mandar embora assim, isso foi duro. Até hoje não consigo assimilar - disse.
Um dos episódios citados por Emiliano entre os que desgastaram a relação com a 777 foi um comentário de Josh Wander, sócio-fundador do grupo norte-americano.
- Ele fez um comentário, e o Ramon não gostou do comentário. Falou isso, sobre por que não botamos os garotos (Da base). E ele não gostou. Isso é uma falta de respeito à trajetória de Ramón. Você acha que Josh ou qualquer um vai dizer ao Ramón Díaz, depois de conquistar tudo o que conquistou, bota esse jogador e ele vai botar?
Vai voltar?
A volta de Ramón e Emiliano Díaz é uma das alternativas avaliadas por Pedrinho, que busca um treinador após a saída de Álvaro Pacheco. Por já conhecer o elenco, o nome do argentino é um dos preferidos do presidente.
Perguntado um possível retorno, Emiliano desconversou:
- Depende do que querem fazer, se querem arrumar um time. Pelo que vejo de fora, parece que ele está buscando fazer o melhor para o Vasco. Mas um dia vou voltar.
Emiliano também elogiou bastante o presidente Pedrinho.
- Quando começou o ano, que aconteceu tudo isso, se íamos ficar ou não, ele me ligou, disse que queria ajudar. O Rio parece grande, mas é muito pequeno. A gente conhece muita gente, temos amigos em comuns. O melhor que pode acontecer ao Vasco foi esse cara vir aí, porque estava tudo muito abandonado. Ninguém vai fazer as coisas com o coração como ele - finalizou.
Fonte: ge
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