Como explicar a queda vertiginosa de rendimento do Vasco no Brasileiro?

No dia 26 de outubro, o Vasco não tomou conhecimento do Bragantino fora de casa, conquistou sua quarta vitória consecutiva e encerrou a 30ª rodada do Brasileirão em oitavo lugar, consolidando-se na briga por uma vaga na Libertadores do ano que vem.

43 dias depois, esse mesmo time acaba de sofrer uma goleada histórica em Belo Horizonte, a maior já sofrida em confrontos contra o Atlético-MG, e termina a competição na melancólica 14ª posição na tabela. Ficou a dois pontos de distância da zona de rebaixamento e pegou a última vaga na Sul-Americana.

Da vitória do Bragantino em diante, o Vasco sofreu sete derrotas nas oito rodadas restantes. Perdeu para São Paulo, Botafogo, Juventude, Grêmio, Bahia, Mirassol e Atlético-MG. A exceção foi a goleada sobre o Internacional, em São Januário.

Como explicar a queda vertiginosa de rendimento do Vasco, de modo que somou apenas três pontos de 24 possíveis na reta final do campeonato? Quais os motivos desse desmantelamento?

O Vasco nas oito últimas rodadas do Brasileirão 2025:

1. Vasco 0 x 2 São Paulo 🔴
2. Botafogo 3 x 0 Vasco 🔴
3. Vasco 1 x 3 Juventude 🔴
4. Grêmio 2 x 0 Vasco 🔴
5. Bahia 1 x 0 Vasco 🔴
6. Vasco 5 x 1 Internacional 🟢
7. Vasco 0 x 2 Mirassol 🔴
8. Atlético-MG 5 x 0 Vasco 🔴

O time que venceu o Bragantino em Bragança Paulista é o mesmo que perdeu por 2 a 0 para o Mirassol em São Januário na penúltima rodada, com a exceção de Tchê Tchê no lugar de Thiago Mendes. Contra o Galo neste domingo, como não corria mais riscos de rebaixamento e a vaga na Sul-Americana estava encaminhada, o técnico Fernando Diniz escalou os reservas.

O Vasco não perdeu nenhum jogador por lesão ou algo parecido nesse período. Também não precisou dividir atenções entre competições porque, dessa vez, diferente da temporada passada, as semifinais da Copa do Brasil foram marcadas para depois do fim do Brasileirão - o jogo de ida contra o Fluminense será na próxima quinta-feira, no Maracanã.

Internamente, algumas pessoas do Vasco acreditam que a derrota para o São Paulo na 31ª rodada foi um divisor de águas nesse sentido. O time de Diniz foi melhor em boa parte do jogo, teve mais posse (57%) e terminou a partida com o dobro de finalizações (22 contra 11), mas sofreu um gol no fim de cada tempo e viu a sequência de quatro vitórias ser interrompida.

Nas coletivas, Diniz não gosta de colocar as sete derrotas no mesmo pacote e tem o costume de separá-las em análises individuais. Para ele, os jogos contra Botafogo e Grêmio foram atípicos. Veja o que ele disse depois de perder para o Bahia em Salvador, na 35ª rodada:

- A gente teve um período de 12 jogos, em que a gente perdeu para o Palmeiras só. Acho que, depois disso, como aconteceu depois da goleada contra o Santos, a gente baixou o nível de concentração. As derrotas têm características muito distintas. Hoje, por exemplo, não foi igual à derrota contra o Grêmio. Juventude e São Paulo também não têm nada a ver. Acho que Grêmio e Botafogo foram muito parecidas, em que a gente foi muito apático, do começo até o final do jogo - disse.

Uma das virtudes do Vasco na sua melhor sequência no Brasileirão, entre agosto e outubro, foi a solidez defensiva, com destaque para as contratações certeiras de Carlos Cuesta e Robert Renan na janela de transferências do meio do ano. Isso tudo foi por água abaixo nas oito últimas rodadas, período em que o Vasco sofreu impressionantes 19 gols.

Por outro lado, a produção ofensiva minguou. O time marcou apenas um gol nessas sete derrotas: o que Rayan anotou contra o Juventude, em São Januário, antes de a equipe sofrer a virada.

O Vasco tem a chance de salvar a temporada na Copa do Brasil. Os jogos da semifinal contra o Fluminense ocorrem na quinta e no domingo, ambos no Maracanã. A outra semifinal será disputada entre Cruzeiro e Corinthians.