Casaca! publica nota: 'A mágica da gestão profissional'
As duas palavras mágicas, para os clubes de futebol no Brasil, desde a virada do século XX para o XXI, são gestão e profissional, que acabaram virando o termo composto gestão profissional. Neste mesmo período foi criada uma narrativa contra a figura jurídica dos clubes, onde teriam que deixar de ser personalidade sem fins lucrativos e passariam a ser personalidade jurídica com fins lucrativos. Qual a diferença entre uma personalidade e outra?
No associativo, personalidade jurídica sem fins lucrativos, toda renda vai direto para os cofres do clube, cabendo a sua diretoria gerir os recursos para o desenvolvimento de todas as atividades esportivas e sociais, podendo até contratar qualquer profissional do mercado para colaborar no gerenciamento do clube. Na modalidade empresa, personalidade jurídica com fins lucrativos, quem fica com todo lucro são os proprietários da empresa.
Aqui já podemos incluir o debate sobre a SAF (sociedade anônima de Futebol). Toda e qualquer SAF terá uma personalidade jurídica com fins lucrativos, ou seja, os donos da SAF é que ficam com o lucro da empresa. Aplicando aos clubes de futebol no Brasil, são os próprios que criam a SAF, seguindo as regras de seus respectivos estatutos, e ao criarem, decidem como serão divididas as fatias do bolo.
Usando o Vasco como exemplo, a divisão societária ficou 70% para empresa 777 e 30% para o associativo. Sendo que a SAF, sob gerência da 777, cuidaria de todas as categorias do futebol, de todas as contratações para gerencia-lo e de todas as negociações de compra e venda de atletas da base até o profissional.
Existe uma outra diferença entre associativo e empresa, a falência. Decretar falência de uma empresa significa deixar de existir, não poder mais operar no mercado. Usando o Vasco, mais uma vez como exemplo, significa dizer que a SAF, não cumprindo o plano de recuperação judicial, corre o risco de decretar falência. Isto ocorrendo, o Vasco deixará de existir, pois seu nome, símbolos que identificam o Clube de Regatas Vasco da Gama e seu patrimônio serão interditados judicialmente para sanar as dívidas.
Para concluir essa primeira parte, será importante demarcar um campo com as pessoas que ventilam os quatro cantos que “gestão profissional” é a solução de todos os problemas.
Outra vez usando o Vasco como exemplo, no momento da assinatura do contrato o Sr. Salgado, presidente do CRVG, informou que a divida era de 735 milhões e no ano seguinte complementou a informação com mais 200 milhões, totalizando 935 milhões de dividas do associativo. Hoje, segundo a documentação da recuperação judicial, a divida da SAF (vasco + 777) é de 1 bilhão e 400 milhões de reais, ou seja, a 777 não amortizou o passivo e quase dobrou a dívida.
Será preciso comentar sobre o desempenho do futebol no período SAF, mas esse tema será aprofundado depois, porém é preciso lembrar que do atual elenco, do time profissional, o atual presidente do Vasco/SAF contratou oito jogadores e dois técnicos com suas respectivas comissões técnicas.
Demonstrando um rápido histórico, a SAF sob o comando da 777 comprou 44 jogadores, assim distribuídos: em 2022 contratou na segunda janela 2 jogadores; em 2023, na primeira janela 16 jogadores e na segunda 10 jogadores; em 2024, na primeira janela 10 jogadores e na segunda 6 jogadores.
Considerando que o Botafogo-RJ constituiu sua SAF no mesmo período que o Vasco da Gama e já conquistou um campeonato brasileiro e uma libertadores, já é possível afirmar, para todos os alecrins dourados da gestão profissional, que o problema não é ser associativo. Esta narrativa só esconde os reais interesses desses personagens, enriquecer as custas do Vasco.
Continua…
Fonte: Casaca!
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