Basquete: Vasco faz BO sobre manipulação de resultados contra o rival
🏀Um Boletim de Ocorrência explosivo foi lavrado na 17a Delegacia da Polícia Civil do Rio de Janeiro, em São Cristóvão. Nele, a confirmação que atletas do Vasco da Gama foram aliciados para manipular resultados em uma partida contra o Botafogo. O BO, registrado na unidade policial com jurisdição na sede do Clube no último dia 08 de dezembro, traz a confirmação do esquema que foi denunciado com exclusividade pela coluna Magnavita do Correio da Manhã, desta segunda, 22, sobre a investigação internacional da Federação Internacional de Basquete sobre a manipulação de resultados no basquete brasileiro por esquema de casas de apostas.
No BO que a coluna teve acesso e que transcrevemos o teor sem edição para maior fidelidade dos fatos, quem faz a denúncia é técnico da equipe de Basquete do Vasco da Gama, Leonardo Figueiró Alves, que relatou: "QUE é técnico do time profissional de basquete do Clube de Regatas Vasco da Gama; QUE em meados do mês de novembro de 2025 soube por boatos de que havia uma investigação da Polícia Federal sobre manipulação de jogos e que haviam jogadores do time de basquete do Vasco envolvidos; QUE de tal forma o declarante comentou tal fato com o coordenador de basquete, o nacional GEORGE FREDERICO TORRES HOMEM CHAIA; QUE por conseguinte o declarante e GEORGE decidiram por falar com os jogadores para ver se de fato havia alguém envolvido, ocasião que dois jogadores, ÍCARO MARTINS DE ALMEIDA SILVA e JUAN FORTUNATO DA SILVA NASCIMENTO, declararam que haviam sido aliciados por um investidor de nome PAULO HENRIQUE que lhes ofereceu a quantia de RS 6.000,00 (seis mil reais) para que os mesmos manipulassem o jogo contra o Botafogo; QUE ÍCARO e JUAN disseram também que o jogador que os apresentou à PAULO HENRIQUE foi o também jogador do time JÔNATAS SANTANA DOS SANTOS FERREIRA; QUE de tal forma o declarante e GEORGE foram questionar JÔNATAS sobre tal fato, tendo mesmo dito que também fora aliciado, porém não aceitou a proposta e completou dizendo que a relação que mantém atualmente com PAULO HENRIQUE é apenas de amizade; QUE após tomar conhecimento das citadas informações, o declarante lembrou que JÔNATAS havia realizado 04 (quatro) faltas em menos de ¼ no jogo justamente contra o Botafogo, o que é atípico para um jogador; QUE por conseguinte, após tomar conhecimento destes fatos, o declarante não escalou mais JÔNATAS nos jogos; QUE por fim o declarante informa que antes do início do campeonato de basquete, NBB, o clube do Vasco buscava patrocínio, ocasião que surgiu esse citado investidor, PAULO HENRIQUE, oferecendo patrocínio sem a necessidade da divulgação de alguma marca, o que causou estranheza ao clube, pelo que não aceitaram a oferta do mesmo".
Na mesma delegacia jogadores confirmaram, em BO, a tentativa de aliciamento, como foi o caso do jogador profissional JUAN FORTUNATO DA SILVA NASCIMENTO , que afirmou, na transcrição que realizamos na integra, sem edição: "QUE é jogador do time profissional de basquete do Clube de Regatas Vasco da Gama; QUE em meados do mês de novembro de 2025 o técnico do time profissional, LEONARDO FIGUEIRÓ ALVES e o coordenador geral de basquete GEORGE FREDERICO TORRES HOMEM CHAIA comentaram com os jogadores do time que souberam por boatos de que havia uma investigação da Polícia Federal sobre manipulação de jogos e que haviam jogadores do time de basquete do Vasco envolvidos, pelo questionaram a todos se alguém sabia de algo; QUE neste momento o declarante informou a LEONADO e GEORGE que no dia do jogo contra o Botafogo, o também jogador do time, JÔNATAS SANTANÁ DOS SANTOS FERREIRA, disse que um investidor de nome PAULO HENRIQUE gostaria que de fazer uma proposta ao declarante, pelo que ligou para o mesmo, através de chamada de vídeo, do seu próprio telefone; QUE esta ligação de vídeo foi simultaneamente com o também jogador ÍCARO MARTINS DE ALMEIDA SILVA, que se encontrava em um outro local; QUE após alguns minutos se apresentando e falando sobre apostas, PAULO HENRIQUE ofereceu ao declarante e ÍCARO quantia de R$ 6.000,00 (seis mil reais) para que os mesmos manipulassem o jogo contra o Botafogo, com o objetivo de que o time do Vasco perdesse;
QUE o declarante não se recorda bem qual era a conduta sugerida por PAULO que ele deveria tomar em quadra, mas lembra categoricamente que o objetivo era fazer com que o Vasco perdesse o jogo; QUE no momento que percebeu do que se tratava, o declarante prontamente desligou o telefone; QUE o jogador JÔNATAS ainda insistiu em fazer outra ligação para que PAULO pudesse conversar mais com o declarante, mas este não aceitou e desde então nunca mais teve contato com PAULO HENRIQUE; QUE ao ser perguntado se JÔNATAS comentou já ter aceitado alguma vez a proposta de PAULO HENRIQUE, O declarante respondeu que SIM, tendo tal fato ocorrido na época que JÔNATAS jogava no time do Rio Claro, do Estado de São Paulo; QUE informa o declarante que se recorda que justamente no jogo contra o Botafogo, JÔNATAS havia realizado 04 (quatro) faltas em menos de ¼ no jogo; QUE inquirido porque não relatou tais fatos do seu técnico assim que recebeu a proposta, o declarante respondeu que tendo em vista que não aceitou, entendeu não havia necessidade de comentar o ocorrido; QUE ao ser perguntado se lhe fosse apresentada a fotografia do PAULO HENRIQUE, reconheceria o mesmo, o declarante responde que SIM, pois há um tempo atrás, não se recordando o período exato, foi levado por JÔNATAS a um jantar com PAULO HENRIQUE em restaurante no bairro da Taquara, onde PAULO lhe foi apresentado por JÔNATAS como seu agente; QUE neste jantar se encontrava o declarante, JÔNATAS, PAULO e mais duas pessoas que o declarante acredita que sejam empresários, pois eles conversavam sobre cripto moedas e outros assuntos do mercado financeiro, apenas PAULO é quem mencionava que era proprietário de time de basquete no Paraguai e que iria levar JÔNATAS para este time; QUE por fim ao ser indagado se possui o contato telefônico do PAULO HENRIQUE, o declarante respondeu que NAO. Nada mais havendo, mandou a Autoridade Policial encerrar o presente Termo que, lido e achado conforme, assina."
Para compreender a gravidade dos fatos, é importante recordar o que publicamos nesta segunda, 22: "A FIBA (Federação Internacional de Basquete), com sede na Suíça, contratou um escritório de investigação da Inglaterra, para apurar uma suspeita de manipulação de resultados de jogos do basquete no Brasil, em favor de um esquema de apostas atuante no exterior.
A desconfiança recai sobre os resultados de alguns jogos de três clubes, dois do Rio de Janeiro e um de São Paulo, tanto nos campeonatos estaduais, já encerrados, quanto na temporada atual da NBB.
A princípio, os clubes não estariam envolvidos no esquema. Foi apurado que SVETOZAR POPOVIC (38 anos), cidadão sérvio, ex-atleta de basquete em seu país, estaria trazendo atletas e treinadores compatriotas para atuarem no Brasil, os quais estariam incumbidos da manipulação de resultados.
POPOVIC já seria investigado pela FIBA há vários anos, por suspeita de envolvimento em esquemas de manipulação de centenas de resultados de jogos no continente europeu.
Dia 11/3/2025, foi publicada, no Diário Oficial da União, uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública decretando a perda da autorização de residência concedida a POPOVIC, não sabendo a que título ele permanece no Brasil, já que teria fixado residência na cidade de Campinas/SP. Ele estaria no país com passaporte de uma segunda nacionalidade".
Quem tem aberto as portas para o esquema de manipulação e avalizado a atuação do sérvio no Brasil é ENYO DAURO LEPOS CORREIA, ex-presidente, por dois mandatos (2016-2024), da Federação Paulista de Basketball, onde, atualmente, exerce o cargo de CEO. Ele está na mira das investigações, inclusive em Rio Claro. Foi Enyo que ligou para o Prefeito de Rio Claro, Gustavo Ramos Perissinotto, dizendo que tinha um investidor internacional interessado no time da cidade e teria feito isso em outras praças. Ele está na mira das investigações.
Com as denúncias realizadas no Rio, pelo próprio Clube Vasco da Gama, o caso virou assunto da Polícia Civil, a investigação passa a ser pública e vira caso de polícia. A contaminação das bets nos resultados esportivos contaminam agora o basquete brasileiro com o aval de dirigentes que endossam obscuros personagens.
Fonte: Coluna Cláudio Magnavita - Correio da Manhã
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