Análise: Vasco compete, mas apenas isso não basta no Brasileirão
Passadas três rodadas do Brasileirão, está claro que o Vasco "compete" - e talvez, merecesse até mais do que os três pontos que somou no campeonato. No entanto, não basta apenas competir em alta intensidade e criar chances, como foi feito neste sábado contra o Fluminense, no Maracanã. O time precisa de mais tranquilidade e qualidade.
O Vasco enfrentou três dos sete melhores times do Brasileirão de 2023 e competiu com todos eles. Foi melhor que o Grêmio, alternou momentos contra o Bragantino e teve chances de empatar contra o Fluminense, após sair com um 2 a 0 contra no placar. No entanto, o time não teve tranquilidade para reagir ao gol cedo do rival e qualidade para converter as chances de gols claras que teve.
Ramón Díaz repetiu a escalação utilizada na última partida, na derrota contra o Bragantino, na quarta-feira, apenas com uma novidade: Maicon no lugar de João Victor. O Fluminense abriu o placar, com Ganso, de cabeça, aos 10 minutos. Um roteiro parecido com o da última rodada: um gol cedo, com origem pelos lados do campo, e falhas determinantes. Paulo Henrique e Rossi deram toda a liberdade do mundo para Marcelo cruzar, e Maicon não cortou a bola.
O Fluminense usou muito a liberdade pelo lado direito da defesa do Vasco. No tradicional estilo de Fernando Diniz, Arias saía da ponta-esquerda e ia para a direita, dobrar na criação com Marquinhos. Marcelo, isolado do outro lado, recebia a bola livre de marcação - algo que com a qualidade do lateral, não poderia acontecer, vide o gol que abriu o placar.
Depois disso, a equipe de Ramón Díaz não teve tranquilidade para colocar a bola no chão e evoluir. O começo do Vasco foi ruim, assim como na partida contra o Bragantino. O treinador disse, em entrevista coletiva após a derrota para o Fluminense, que os começos nos jogos abaixo do esperado são o que mais o incomodaram até aqui.
Com o esquema com David aberto pela esquerda e Rossi pela direita, em mais uma partida ruim de Paulo Henrique e pouco inspirada de Lucas Piton, o Vasco era previsível. Os meias abriam as jogadas nos pontas, que tentavam achar um cruzamento para Vegetti se virar na área.
Muito por mérito do argentino, que se vira como pode, o Vasco teve chances em jogadas assim. O camisa 99 recebeu cruzamento e chutou, mas foi bloqueado pelo braço de Manoel. Wilton Pereira Sampaio não interpretou como pênalti, assim como os responsáveis pelo VAR.
Depois desse lance e uma confusão entre Cocão e Ganso, as duas equipes protagonizaram um jogo de muita disputa, intensidade e reclamação. Algo que não era bom para o Vasco, que estava atrás no placar e precisava responder. Galdames e Cocão pouco apareceram e, além disso, foram amarelados ainda na primeira etapa - o que comprometeu mais uma vez o poder de marcação do time.
Segundo tempo
Ramón mexeu radicalmente na equipe. Saíram Galdames, Cocão e Rossi, entraram Hugo Moura, Rayan e Erick Marcus. O time saiu de um 4-3-3 para um 4-2-4, em que David e Vegetti faziam uma dupla de ataque, com os dois garotos da base nas pontas. As mudanças surgiram efeito logo de cara. Com mais presença no ataque, O Vasco voltou em cima do Fluminense. Em roubada de bola, Rayan ganhou na velocidade de Manoel e saiu cara a cara com Fábio, mas perdeu a chance clara.
Na máxima do futebol de "quem não faz, leva", o Vasco sofreu o gol que foi um balde de água fria minutos depois. Em outro lance de desatenção da defesa, Martinelli recebeu a bola sozinho na segunda trave para marcar o segundo do Fluminense. Facilidade para cruzar a bola, e quem finaliza livre para marcar. Dois a zero no placar.
O gol só não foi um banho de água fria ainda maior porque Vegetti respondeu rapidamente. Em lance que parecia improvável, com lançamento de Hugo Moura, o atacante argentino subiu mais que todo mundo para encobrir o goleiro Fábio.
Dessa vez, quem sentiu foi o Fluminense. Com muita verticalidade, o Vasco cresceu na partida e criou chances para empatar o jogo, mas esbarrou na falta de qualidade para concretizar as jogadas e, assim como contra o Bragantino, em milímetros da linha de impedimento para empatar a partida - como no gol de Vegetti, anulado por um joelho à frente.
Por característica do time, que tem um dos melhores cabeceadores do país na área, a equipe de Ramón Díaz deve explorar lançar bolas para Vegetti sempre que possível, mas não pode se tornar refém desta arma. O Vasco, nesses momentos, sente falta da sua referência técnica: Dimitri Payet. Ele é o jogador que bota a bola no chão e se associa, principalmente, com Piton na esquerda, tornando o time menos previsível e de cruzamentos da intermediária.
No fim, Clayton entrou no lugar de David, que cansou ao longo da partida. O camisa 9 saiu cara a cara com Fábio, após boa jogada de Rayan, mas perdeu a chance de empatar o jogo nos acréscimos.
Esta foi a segunda derrota do Vasco em sete clássicos com Ramón Díaz. A equipe competiu, teve chances de marcar gols que poderiam ter empatado a partida, mas não pode dar brechas ao azar, como no jogo contra o Bragantino, e à própria incompetência na hora de concretizar as jogadas, como contra o Fluminense. O Vasco perdeu porque não teve qualidade na hora de marcar os gols, mas porque também deu espaços na defesa e demorou a entrar no jogo.
Com a tendência de ter Payet de volta contra o Criciúma, no próximo sábado, em São Januário, e com a semana livre para trabalhar, Ramón Díaz identificou que a equipe precisa ter mais paciência e cadência para trocar passes.
- (O time) está sendo mais vertical, mais dinâmico. Do lado esquerdo e direito, a equipe chega muito mais rápido. Com Payet, tem mais calma. Jogadores jovens estão crescendo e têm que encontrar o tempo e a cadência. Isso se trabalha com o tempo. Necessitamos de Payet, mas precisamos dele a 100%.
Agora, com a possível volta do francês, o time precisa de uma evolução para construir jogadas e para vencer um adversário que acabou de subir da segunda divisão. Uma vitória contra o Criciúma, em casa, é muito importante para a equipe voltar a somar pontos no Brasileirão e para dar tranquilidade para a torcida, após duas derrotas seguidas que poderiam ter sido evitadas.
Fonte: ge
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