Análise: O primeiro passo foi dado
O primeiro passo foi dado. O Vasco deu uma lição a quem assistiu ao clássico deste domingo e provou que os jogos de copa são decididos, sobretudo, a partir do aspecto mental.
A vitória de virada por 2 a 1 sobre o Fluminense, no Maracanã, entregou um roteiro catártico.
ao torcedor e trouxe, mais uma vez, a expectativa para que o Vasco tenha atingido o amadurecimento e não decepcione depois de mais um grande resultado na temporada. Manter a mesma postura competitiva nos 90 minutos finais do jogo decisivo é fundamental para alcançar a tão sonhada vaga na final da Copa do Brasil.
Apesar de ser um clássico, o contexto carregava um leve favoritismo para o Fluminense neste primeiro confronto. Eram sete derrotas do Vasco nos últimos oito jogos do Campeonato Brasileiro, com direito a uma goleada sofrida na rodada final contra o Atlético-MG por 5 a 0, atuando com o time reserva. Os comandados de Zubeldía, por outro lado, defendiam uma invencibilidade de sete jogos e haviam terminado em 5º no Brasileirão, com classificação direta à fase de grupos da Libertadores.
O Vasco, no entanto, virou a chave para o mata-mata. A frustração com a derrocada na reta final do Brasileirão e o favoritismo do Fluminense não entraram em campo nesta quinta-feira. O time parecia, de forma coletiva, em um estado anímico bem superior ao apresentado na maioria esmagadora dos jogos da sequência negativa recente. O senso de urgência esteve presente no Maracanã.
A etapa inicial, de modo geral, foi do Fluminense. O Tricolor aproveitava alguns desencaixes de marcação no meio-campo e quebrava as linhas do time de Diniz. O Vasco tinha dificuldade de pressionar a saída de bola e, também, chegava pouco ao ataque quando tinha a posse. A chance mais clara havia sido com Puma Rodríguez, que recebeu lançamento de Thiago Mendes, mas não conseguiu marcar cara a cara com Fábio, aos 15 minutos.
O primeiro detalhe do jogo aconteceu em erro do próprio Vasco, no primeiro tempo. Léo Jardim saiu atrasado do gol e derrubou Everaldo com uma trombada na entrada da área. Além de correr risco de ser expulso no lance, o goleiro cometeu falta bem perigosa. Na cobrança, o Fluminense fez jogada ensaiada pelo alto, pegou a defesa vascaína desprevenida e abriu o placar com Serna, aos 21 minutos.
Em muitos momentos da temporada, o Vasco desmantelava-se após sofrer o gol e via o mental do time abalar cristalinamente com o placar adverso. Não foi o que aconteceu no clássico. Apesar da superioridade tricolor no primeiro tempo, o time não se desesperou e manteve os níveis altos de concentração e de competitividade até a descida para o intervalo.
No segundo tempo, o pêndulo do clássico favoreceu quem tinha o jogador mais desequilibrante em campo: Rayan. Algo atestado pelo próprio técnico do Fluminense na coletiva de imprensa depois do jogo. Um jogador que mostra estar cada dia mais pronto e o quanto gosta de atuar em clássicos.
Logo aos quatro minutos, o placar já estava empatado com gol da joia. Andrés Gómez, em sua melhor partida até aqui pelo Vasco, fez boa jogada pela ponta e cruzou rasteiro para Rayan estufar as redes.
Na etapa final, a equipe também encaixou a marcação e não permitiu ao Fluminense um jogo com troca de passes mais curtos, como havia sido no primeiro tempo. Com bolas longas forçadas, o Tricolor errava bastante e via o Vasco ser mais dominante ao longo dos 45 minutos finais.
O gol da vitória ilustrou quem mais quis vencer. Deslocado para atuar mais pelo lado direito depois da entrada de Vegetti, Rayan fez linda jogada individual, passou por três marcadores e só foi derrubado com falta. Levantou e cobrou rapidamente, mesmo sendo o último minuto de jogo. Na sequência, Andrés Gómez cobrou na cabeça de Vegetti, que fez a alegria do torcedor.
E, talvez, ninguém merecesse mais a catarse de viver esse gol do que Vegetti. No sorteio dos mandos da semifinal, o Pirata confidenciou a dor que sentiu com a eliminação do ano passado, diante do Atlético-MG, justamente na semifinal da competição.
- Eu estava muito confiante no ano passado contra o Atlético-MG. Me afetou muito essa semifinal. Tem uma imagem minha caindo no campo. Para mim foi uma dor muito grande, porque tenho desejo, um sonho muito grande de conquistar essa taça. Cada coisa que acontece tem um propósito.
Dessa vez, para a felicidade do torcedor e de Vegetti, sua imagem caída no campo era de comemoração, de felicidade e, sobretudo, de redenção. Uma volta por cima de quem é a personificação do Vasco, que já não vive o mesmo protagonismo de outrora no elenco, mas que sabe mais do que ninguém o que um possível título de Copa do Brasil poderia significar para o clube.
A missão de não relaxar
A vitória de virada contra o Fluminense entra para a galeria de grandes momentos do Vasco no ano, como as goleadas contra Santos e Internacional, ou a sequência de quatro vitórias consecutivas no Brasileirão.
A missão, porém, é não repetir os erros do passado e aprender com as lições vividas ao longo de 2025, quando o Vasco teve uma queda brusca de desempenho e oscilou nos jogos seguintes depois de triunfos importantes, como os citados. O foco é, enfim "entregar grandeza", como Diniz cita, e manter o estado anímico nesta reta final.
"O Vasco precisa aprender a ser grande e ser consistente. Entregar desempenho, entregar grandeza", disse Diniz, que completou:
- Nessa reta final acho que o time está muito concentrado, conectado. Sabe que foi só o primeiro tempo. Agora é corrigir. Erramos coisas no primeiro tempo, encaixe de marcação, perda de segunda bola, de duelos. Como outra bola parada que marcamos mal. Temos coisas para corrigir assim como o Fluminense terá - concluiu o treinador em coletiva.
A vantagem mínima não pode deixar o Vasco confortável. E Diniz tem consciência disso. O confronto segue totalmente aberto. A vitória, porém, dá gás e ajuda o time a crescer para o jogo de volta. Com o mental em dia, o Vasco vê, por méritos próprios, o caminho para a tão sonhada final de Copa do Brasil, enfim, clarear.
Fonte: ge
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