Análise: Em meio ao caos, Vasco mostra resiliência e se classifica na CdB
No Vasco, com os dois sócios da SAF brigando entre si para saber quem vai ter o controle do futebol, os dias têm sido agitados: processo para cá, liminar para lá, coletiva de imprensa, agora eu sou o dono, agora é você, fulano quer comprar.
Como se não bastasse, na véspera do jogo decisivo da Copa do Brasil, no mesmo dia em que o novo treinador foi apresentado ao elenco, o pagamento dos direitos de imagem dos jogadores não caiu. Soma-se a isso o fato de que o time sofreu um gol para o arrumado time do Fortaleza logo aos seis minutos de jogo, e estava formada a receita do caos em São Januário.
Para buscar a virada sobre o Fortaleza na noite desta terça-feira, vencer nos pênaltis e se classificar para as oitavas de final da Copa do Brasil, o Vasco precisou mostrar resiliência. Deixa para outra hora essa história de quem é o sócio majoritário, onde estão as chaves do cofre ou até quando vai durar a liminar. O Vasco é um time de futebol. E futebol se joga de pé em pé.
Quando a equipe se deu conta disso dentro do jogo, David lançou Adson, que carregou até a entrada da área e abriu na esquerda para Payet, que providencialmente segurou a jogada e aguardou a passagem de Puma Rodríguez, que, por sua vez, cruzou na cabeça de Vegetti. Foi o gol do 2 a 2.
O Vasco, que teve menos posse de bola (47% x 53%) no jogo inteiro, perdia com justiça e parecia perto de entregar os pontos, mas de repente estava de volta ao páreo. São Januário poucas vezes tremeu tanto como naquele momento. Um misto de alegria, alívio, raiva, angústia e emoção que só o futebol proporciona - aos vascaínos, com mais frequência.
Dali em diante, o Vasco foi para cima do Fortaleza no embalo da torcida e no talento de Payet. O francês já havia feito o lançamento que provocou o pênalti (convertido por Vegetti) no primeiro tempo e participado diretamente do lance do segundo gol. Dessa vez, ele enfiou uma bola açucarada dentro da área para Lucas Piton bater de primeira e decretar a virada.
Mais uma grande atuação do camisa 10 do Vasco, que, se não brilha durante os 90 minutos, mostra a cada jogo que tem a capacidade de decidir os resultados com um ou duas bolas.
Mas o Fortaleza...
... é um time muito bem organizado pelo técnico Pablo Vojvoda. Os gols de Marinho (depois de um erro de Maicon na saída de bola) e de Lucero (em jogadaça construída de pé em pé no início do segundo tempo) já haviam dado o recado de que não se pode dar bobeira diante dessa equipe.
Como o terceiro gol havia saído aos 30 minutos, o Vasco já se preparava para fechar a casinha e segurar o resultado, mas cometeu outro (de tantos!) vacilos na defesa aos 43, quando deu todo o espaço do mundo na frente da área para Hércules. O jovem meia bateu firme no cantinho e venceu Léo Jardim para deixar tudo igual novamente.
O goleiro do Vasco, aliás, não vivia grande noite. O chute de Marinho no primeiro gol era perfeitamente defensável, e ele também deu a impressão de que demorou a cair na finalização de Hércules. A decisão foi para os pênaltis, e as coisas mudaram.
O Vasco converteu todas as suas cobranças. Payet, Sforza, Lucas Piton, Puma e Vegetti, nessa ordem, bateram muito bem. O Fortaleza também havia anotado os quatro primeiros. Até que Léo Jardim voou no canto para defender a cobrança de Kervin e garantir a vitória.
E foi dessa forma que o Vasco esqueceu um pouco o caos vivido principalmente fora de campo, fez um carinho em sua torcida e, mesmo não jogando seu melhor futebol, se classificou para as oitavas de final da Copa do Brasil.
Fonte: ge
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