Análise: Atuação muito ruim no clássico mostra problemas no Vasco

Na noite desta quarta-feira, com chance de virar líder isolado do Campeonato Carioca, o Vasco perdeu de virada para o Fluminense no primeiro clássico da temporada 2025. Diante de uma atuação inofensiva e muito fraca da equipe em Brasília, no entanto, a derrota é o que menos preocupa.

Mesmo com a primeira derrota sofrida no campeonato, o Vasco segue com boas chances de se classificar para a semifinal e depende apenas de si nos três jogos restantes - o próximo compromisso é contra o Sampaio Corrêa, na segunda-feira, em Saquarema. O time tem 13 pontos e ocupa a terceira posição no momento.

Mas a forma como a equipe comandada por Fábio Carille atuou liga o alerta e traz uma constatação: o clube terá um ano de 2025 difícil se não conseguir contratações de qualidade até o fim da janela de transferências. O treinador não conseguiu apresentar novidades no clássico e assumiu a responsabilidade pela derrota, mas as carências do elenco mostram-se mais gritantes rodada após rodada.

O Vasco já vinha de uma apresentação muito ruim contra o Volta Redonda, na rodada passada, jogo do qual conseguir sair com o empate graças a um gol de Vegetti nos acréscimos. Contra o Fluminense, no primeiro grande teste da temporada (e diante de um adversário que havia vencido só uma vez no ano e ensaiava uma crise), o time acertou apenas uma finalização na direção do gol nos 90 minutos e praticamente não produziu quando teve a bola nos pés.

O gol-relâmpago marcado por Coutinho com um minuto de bola rolando foi o único momento positivo do Vasco na partida, pode-se dizer isso sem correr o risco de exagerar. Além do gol, o Vasco finalizou em cabeçada de João Victor aos cinco e em chutes de Vegetti aos 35 (do primeiro tempo), de Payet aos três e de Lucas Oliveira aos 13 (ambos do segundo tempo), todas elas com a bola passando longe do gol defendido por Fábio. A chance mais perigosa foi a cabeçada de Hugo Moura aos 14 da segunda etapa. E só.

Soma-se a isso uma coleção de erros e apresentações individuais muito abaixo. Lucas Oliveira e Jair puxam a lista dos destaques negativos que também conta com Paulinho, Hugo Moura, Lucas Piton, Payet e companhia. Ninguém se salvou em Brasília.

90 minutos de pouquíssima inspiração

O clássico não poderia ter começado melhor para o Vasco. A proposta de adiantar as linhas e dificultar a saída do Fluminense surtiu resultado logo no primeiro minuto: Paulinho roubou a bola de Fuentes e acionou Vegetti, que rolou bola açucarada para Coutinho abrir o placar no Mané Garrincha.

Com Hugo Moura no lugar de Alex Teixeira, a expectativa é de que o Vasco teria um meio de campo mais preenchido e marcador, mas a verdade é que o time comandado por Fábio Carille não fez muita coisa além do gol. Imediatamente após sair atrás, o Fluminense tomou o controle da partida e passou a pressionar pelo empate.

O Vasco não se encontrou no jogo e colecionou erros defensivos. Jair foi o pior jogador no primeiro tempo, quase entregou um gol de bandeja para Canobbio e esteve envolvido dois gols do Fluminense. No primeiro, recebeu passe torto de Hugo Moura e foi desarmado no lance que acabou com falta cometida por Lucas Oliveira. E, no segundo, caiu pedindo falta de Arias dentro da área e viu Cano marcar em seguida. Oliveira também cometeu falhas comprometedoras (não marcou Thiago Silva no primeiro gol e deu condições no segundo). Paulinho tampouco teve destaque.

O time cruz-maltino foi para o intervalo com três finalizações contra 10, 42% de posse de bola e poderia ter desvantagem maior no placar.

Na segunda etapa, Carille voltou com Alex Teixeira para o time, mas no lugar de Paulinho. Os primeiros minutos foram de um Vasco com ligeiramente mais posse de bola. E a melhora parou por aí. O time seguiu tendo muita dificuldade para trabalhar as jogadas e não conseguiu preencher o abismo que havia entre a defesa e o setor ofensivo.

Numa última tentativa de segurar aumentar as opções no ataque, Puma Rodríguez foi a campo na ponta direita, mas o Vasco seguiu com inferioridade na posse de bola e superado no meio de campo, setor totalmente dominado pelo colombiano Arias. O cronômetro chegou ao fim sem que a equipe sequer tivesse esboçado uma reação no clássico.

Fonte: ge

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