A trajetória de Dimitri Payet até aqui no Vasco

Eram 5h20 da manhã de uma quarta-feira comum no Rio de Janeiro, e a torcida do Vasco colocou milhares de pessoas no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, na zona norte do Rio de Janeiro, para receber Dimitri Payet.

A chegada de Payet ao Vasco completa um ano nesta sexta-feira. A relação que começou com recepção em um aeroporto lotado teve momentos marcantes nesses 365 dias dentro e fora de campo. O ge separou 10 pontos importantes da trajetória do francês até aqui no futebol brasileiro. Veja abaixo.

A chegada

Milhares de vascaínos lotaram o espaço reservado do Galeão para receber o meia francês que desembarcou por volta de 5h20 da manhã. Nem mesmo o tempo frio afastou os torcedores, que levaram bandeiras, sinalizadores e cantaram muito para receber o camisa 10.

Na época, o Vasco vivia um péssimo momento dentro e fora de campo. O time ocupava a 18ª posição do Brasileirão, e a torcida estava punida pelo STJD, sem poder frequentar São Januário. A chegada do francês tinha o status de contratação para mudar o patamar do time na luta contra o rebaixamento.

Apresentação no Maracanã

A segunda parte da festa para Payet foi no maior palco de futebol do mundo. Antes da vitória por 1 a 0 contra o Atlético-MG, o Vasco apresentou o meia francês aos mais de 50 mil torcedores em uma manhã de domingo.

De forma simbólica, Valentina, neta de Roberto Dinamite — maior ídolo do clube que faleceu em 2023—, entregou a camisa a Payet. O jogador assistiu ao jogo com um terço na mão e vibrou muito com a vitória com gol de Serginho, debaixo de muita chuva. O hit "Payet, Payet, Payet, ê, ê, ê, ô, ô, ô" entoou as arquibancadas do estádio.

Primeiro gol

Foram sete jogos até o primeiro gol pelo Vasco sair. Depois de enfrentar Bahia, Fluminense, Coritiba, América-MG, Santos e São Paulo, o francês brilhou contra o Fortaleza, em São Januário, marcando o gol da vitória que tirou a equipe do Z-4 do Brasileirão, na 27ª rodada da competição.

Gol de falta à lá Roberto

Em um jogo nervosíssimo contra o lanterna, o Vasco venceu o América-MG por 2 a 1, em São Januário, pela 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, com um golaço de Payet. O francês fez o gol da vitória aos 48 minutos do 2º tempo, incorporando Roberto Dinamite para fazer um golaço de falta. Na comemoração, ele apontou para a imagem do maior ídolo vascaíno estampada na manga da camisa.

Em um jogo marcado por homenagens a Dinamite, o gol de falta de Payet teve uma coincidência que emocionou os torcedores do Vasco. O último dos 75 gols de falta de Roberto na carreira, contra o América de Três Rios, no dia 2 de setembro de 1992, foi bem parecido ao de Payet contra o América-MG. O gol foi muito importante na campanha contra o rebaixamento.

Alívio contra o Bragantino

Payet não teve destaque na última rodada do Brasileirão de 2023, contra o Bragantino, mas o alívio da salvação do Vasco na intensa luta contra o rebaixamento é um dos momentos marcantes da passagem do francês no Brasil.

O meia foi substituído por Serginho, que se tornou o herói da manutenção do Vasco na Série A com o gol de cabeça na assistência de Paulo Henrique.

— Quando vim para cá, muitas pessoas disseram que seria impossível a permanência na Série A, mas aceitei o desafio e tudo deu certo. Fizemos algo memorável, que nunca um time havia feito, mas o Vasco pede mais. Quero deixar minha marca aqui, conquistar títulos, e venho me dedicando muito para isso todos os dias — disse o francês à Revista do Vasco nesta sexta-feira.

Pré-temporada

Em 2023, Payet chegou ao Vasco vindo de quatro meses sem atuar. O francês estava de férias no Olympique de Marselha e ficou sem clube após o fim do contrato. Então, na virada do ano para 2024, o meia se preparou e teve sua primeira pré-temporada no Brasil.

Payet perdeu oito quilos em relação ao fim da temporada passada. A forma física chamou a atenção na pré-temporada em Punta del Este, onde ficou nítido que era outro jogador: nas atuações contra Deportivo Maldonado e San Lorenzo, o francês foi destaque e deu indícios de que poderia ajudar mais o Vasco em 2024.

Destaque no Carioca

A melhor versão de Payet até aqui no Vasco foi vista no Campeonato Carioca. Inteiro após a pré-temporada e sem lesões, o meia fez 10 partidas e participou de seis gols — com duas bolas na rede e quatro assistências.

As atuações contra Bangu, Botafogo e Portuguesa foram as melhores no Cariocão, e o francês caiu de vez nas graças da torcida. Apesar da eliminação nas semifinais para o Nova Iguaçu, na qual não teve destaque, o meia foi um dos melhores jogadores do campeonato. No entanto, a lesão pós-Estadual dificultou o início do Brasileirão de Payet, que desfalcou o Vasco por um mês.

Decisão na Copa do Brasil

Payet participou dos três gols do Vasco no empate em 3 a 3 contra o Fortaleza na terceira fase da Copa do Brasil. Ele cruzou a bola que bateu na mão de Marinho e gerou pênalti, deu passe para Puma cruzar para Vegetti e deu belo passe para Piton marcar o terceiro. O francês chamou a responsabilidade na cobrança de pênaltis e converteu o primeiro da equipe, que avançou de fase.

Payet sofreu três lesões no Vasco que o tiraram de cena e prejudicaram o 2024 dele até aqui. A primeira foi a mais grave, antes do início do Campeonato Brasileiro, durante uma intertemporada.

O francês teve uma entorse no ligamento colateral medial do joelho direito em um treinamento e perdeu o início da competição nacional. Depois, durante o primeiro turno do Brasileirão, sofreu uma lesão de grau 2 na coxa direita e outra na coxa esquerda. Até aqui, o meia atuou em apenas oito rodadas do campeonato e deu apenas duas assistências.

Retorno com Coutinho e mirando títulos

Depois da sequência de lesões, o Vasco fez um planejamento especial para o retorno de Payet aos gramados. Em meio ao retorno de Coutinho ao clube de São Januário, o meia francês ficou afastado por um tempo aprimorando a parte física, voltou com boas atuações e com uma minutagem relevante dentro das partidas.

Agora, Payet mira o futuro no Vasco e quer recompensar o carinho da torcida com um título. O time está nas quartas de final da Copa do Brasil pela primeira vez em nove anos, e o torneio é a maior chance de conquistas em 2024.

– Sou apaixonado por futebol e, quando se é apaixonado por futebol, você quer jogar em clubes como o Vasco, com torcedores como esses, em um país como esse. Vem sendo uma linda experiência. Temos um bom grupo e sei que, se conseguirmos nos manter conectados, podemos ir longe. E as recompensas são títulos – contou o francês à Revista do Vasco.

Fonte: ge

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