Futebol

Amaral: "Voltei para dar a volta por cima"

Amaral é, com certeza, o titular menos badalado do Vasco. O volante é pouco requisitado para coletivas, é pouco citado nas entrevistas e quase passa despercebido pelos torcedores. Mas o jogador tem uma função vital para o atual esquema montado por Dorival Júnior. É ele quem dá segurança aos zagueiros e liberdade aos laterais para apoiar.

A eficiência pode ser vista nos números. Muito criticada nos últimos anos, a defesa do Vasco tem uma média de 0,78 gol sofrido por jogo nesta temporada. Lógico que Amaral não é o único responsável por isso. Mas tem uma contribuição fundamental.

O volante passou a exercer uma função diferente no atual time do Vasco. Amaral joga mais recuado, como o primeiro homem do meio-campo. Praticamente um terceiro zagueiro. É raro vê-lo no ataque. Não cobra mais faltas. Nem chega como homem surpresa para arriscar chutes.

- Nem lembro se chutei uma bola a gol neste ano - admite.

- Como sou um cara mais rápido, sempre marco o cara mais veloz do outro time. Sempre faço essa função então fico atrás. Não vou ao ataque. Tenho que dar liberdade aos outros jogadores do time - completa.

Um sacrifício feito em prol ao time. Antes, Amaral atuava como segundo volante. Tinha mais chance de aparecer para o torcedor. Afinal, o volante sabe que a cultura brasileira faz apenas o jogador habilidoso, que faz gols e proporciona lances bonitos serem valorizados. São raros os casos de um atleta cair nas graças da torcida por ser eficiente.

- Eu tento e procuro fazer o que o meu treinador manda. E o que faço atualmente não me faz aparecer tanto. Antes jogava mais adiantado no Vasco. Agora sou quase um terceiro zagueiro - disse Amaral.

Críticas do passado ainda na memória

Aos 25 anos, Amaral já sofreu muito com o torcedor do Vasco. E ainda tem um pé atrás com os críticos. Acha que pode voltar a ser alvo na primeira falha. Algo natural para quem foi tão visado no passado. Mas, em silêncio, vai fazendo o seu trabalho com eficácia.

- Para mim foi super importante ter ido para o Grêmio (em 2008 quando era muito criticado no Vasco). O pessoal não admirava o meu futebol. Agora voltei para dar a volta por cima. O meu representante me disse que queriam me utilizar no projeto e aceitei - disse Amaral, que tem contrato com o Vasco até o fim do ano.

Amaral já havia trabalhado com Dorival Júnior no início de carreira no Paulista de Jundiaí. Ele participou de 22 dos 23 jogos do Vasco na temporada. Ficou fora apenas uma partida por estar suspenso pelo terceiro cartão amarelo. E divide os méritos com os companheiros pelo sucesso.

- O time já começa a marcar lá na frente. A pegada é forte. Todos ajudam na marcação - disse.

Fonte: ge