Alexandre Pássaro diz que cenário político atrapalha o Vasco
Alexandre Pássaro deixou o Vasco há pouco mais de um mês após não ter sucesso em alcançar o principal objetivo do clube em 2021: voltar à Série A. Nesta quinta, em entrevista ao programa “Central do Mercado”, do ge, o dirigente admitiu erros, mas citou as dificuldades de se trabalhar em um clube com o cenário político conturbado.
Pássaro ressaltou que fez de tudo para blindar o futebol do cenário político, mas em determinado momento foi inevitável que a pressão externa interferisse no dia a dia do futebol do Vasco. O dirigente, no entanto, destacou a grandeza do clube e elogiou o presidente Jorge Salgado.
- O dia que tiver neto ou um bisneto, contarei para eles o prazer e a honra que foi trabalhar no Vasco da Gama. Uma coisa gigantesca, que levo no coração como uma das maiores alegrias da minha vida. Mas quando eu cheguei, assim como foi com (André) Mazzuco, (Paulo) Pelaipe, e com Newton Drummond (todos ex-executivos do Vasco), você encontra uma realidade.... Uma realidade que o Jorge Salgado tenta mudar um comportamento, um cenário e uma política em que você encontra muitas barreiras que não te deixam caminhar limpo e sozinho. Você gasta energia e tempo quebrando essas barreiras desnecessárias, barreiras ao próprio clube. É muito difícil – lamentou Pássaro.
- Quanto matematicamente se confirmou que o Vasco não conseguiria o acesso, chamei o presidente e disse que iria sair. Mas talvez tenha me custado um pouco o ambiente da política do Vasco. Eu não faço questão nenhuma de participar desse tipo de mundo. Não é o meu mundo. Todos nós aqui somos profissionais. Educação com todos é uma coisa básica. A questão de fazer vista grossa para eventuais prejuízos do clube em nome de um conselheiro ou de um vice presidente, eu não engulo – frisou o dirigente.
Pássaro disse que fez de tudo para blindar o departamento de futebol da política do Vasco, mas acabou não sendo suficiente.
- Embora eu soubesse de todo barulho externo, eu pude trabalhar com as minhas convicções, com a minha equipe, com meus atletas. Todos que estavam dentro do projeto sabem o tanto que blindamos a estrutura. Acabou não sendo suficiente, também por erros que cometi. Mas toda essa barulheira e desejo de protagonismo e poder... Esse amor dessas pessoas vira desejo de poder. Foi uma coisa que vejo com prejudicial – criticou Pássaro, sem citar nomes.
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