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Além de Zé Ricardo, Jorge Salgado também sofre pressão no Vasco

O presidente Jorge Salgado escancarou a postura defensiva que tem mostrado nos bastidores quando, na cerimônia que premiou Roberto Dinamite com o título de benemérito do Vasco, falou em “gestão milagrosa” em conversa com a imprensa, se referindo ao fato de o clube ter obtido empréstimo que permitiu colocar salários em dia e ter encaminhado a venda do futebol para a 777 Partners. Nesta sexta-feira, às 21h30, na Arena Condá, o time enfrentará a Chapecoense atrás da primeira vitória na Série B, do primeiro triunfo em 16 partidas contra equipes da primeira e da segunda divisão.

Salgado vive seus últimos meses à frente do futebol — se tudo ocorrer como o dirigente deseja, ele passará o bastão para os gestores da 777 Partners em julho, quando a operação de criação e venda da SAF estará concluída. Neste período, tem sofrido pressão de aliados em São Januário. É cobrado pelos resultados da equipe em campo, em especial pela permanência de Zé Ricardo como técnico da equipe. O dirigente costuma repetir que é avesso à troca de treinadores. Em quase 15 meses de gestão, contratou quatro profissionais diferentes: Marcelo Cabo, Lisca, Fernando Diniz e Zé Ricardo.

A cobrança que recebe — ele teve encontro com conselheiros que o apoiaram na eleição e com membros de organizadas —, repassa para Zé Ricardo. Sua presença nas atividades no CT Moacyr Barbosa é esporádica. Então, quando aparece no local e conversa com o treinador, como aconteceu na semana seguinte ao empate com o Vila Nova, na estreia na Série B, sinaliza preocupação. Por mais que, nas palavras, expresse confiança.

Quinta-feira, antes do embarque da delegação para Chapecó, torcedores de uma organizada conversaram com o treinador e com Nenê para fazer cobranças. Zé Ricardo ouviu as reclamações mais pesadas, sobre o desempenho do time.

O treinador convive com a pressão da melhor maneira que pode. A semana de trabalhos para a partida contra a Chapecoense foi considerada proveitosa. Os reforços para a Série B, seis, gradativamente entram em forma. Por mais que a cobrança seja grande, Zé Ricardo resiste a queimar etapas no aproveitamento dos jogadores. Contra o CRB, apenas Gabriel Dias foi titular. Erick e Lucas Oliveira entraram no decorrer do jogo.

Relação boa

O técnico tem ainda o crédito de que o time vai evoluir com a entrada dos contratados. Palacios, por exemplo, principal reforço do Vasco na temporada, não enfrentará a Chapecoense. O jogador passa por período de recondicionamento físico e pode ser relacionado apenas na quarta rodada.

Com exceção das reclamações de Nenê ao ser substituído na partida contra o Vila Nova, episódio já superado no vestiário, a relação entre jogadores e treinador é considerada boa. Vários atletas têm defendido o trabalho de Zé Ricardo.

— Converso bastante com Anderson Conceição, Edimar e Nenê. O Zé Ricardo é um cara sensacional. Temos que entrar em campo e dar a vida. Não tenho o que falar do Zé. Tenho certeza que ele merece estar conosco aqui — afirmou Raniel.

Esta noite, o time enfrentará um dos favoritos ao acesso à Série A. A Chapecoense soma um empate e uma vitória, sobre o Grêmio, neste início de Série B.

Fonte: Agência O Globo