Além das demissões, Vasco teria reduzido salário dos funcionários; entenda
A demissão de 62 funcionários, anunciada na segunda-feira de forma oficial, não foi a única atitude tomada pelo Vasco para amenizar as sérias dificuldades financeiras, ocasionadas em parte pela pandemia do novo coronavírus.
Além de cortar 8% do quadro de 700 funcionários, a diretoria também mexeu na situação de outros 293 trabalhadores (42% do seu efetivo). Destes, 242 tiveram o contrato suspenso, enquanto 51 sofreram uma redução salarial escalonada.
A redução salarial ficou definida assim:
70% de redução para 4 funcionários
50% de redução para 41 funcionários
30% de redução para 1 funcionário
25% de redução para 5 funcionários
"Todos os clubes estão precisando readequar esse cenário, com corte de custos de fornecedores ou salários. Mesmo os clubes mais organizados estão precisando readequar. Vai haver uma redução de receita grande em 2020. Aqueles que não tomarem as medidas necessárias, simpáticas ou não, vão ter maior dificuldade", explicou o presidente Alexandre Campello, em entrevista à ESPN nesta terça-feira.
O Vasco espera, com isso, diminuir os gastos mensais e assim arcar com todos os seus compromissos. Com quatro meses de salários atrasados, o clube começou a pagar parte da dívida nesta semana.
Funcionários com salários até R$ 1,8 mil receberam os meses de janeiro e fevereiro, enquanto os que ganham acima tiveram um "adiantamento" de R$ 1,3 mil, referentes a janeiro. Em relação ao elenco, o Vasco pagou o salário atrasado do primeiro mês de 2020 a quem ganha até R$ 50 mil, enquanto os demais seguem sem receber nada do clube na atual temporada.
Alexandre Campello comentou as demissões feitas pelo Vasco e disse que todos os desligamentos foram estudados pelo clube, que até abre a possibilidade de recontratação quando a situação se normalizar, em 2021.
"Identificamos alguns profissionais que poderiam ser dispensados. Procuramos trabalhar no sentido de minimizar o impacto para esses funcionários. Fizemos um planejamento para pagar, no menor espaço de tempo, aqueles que recebem menos, e alongar o prazo para quem recebe mais. Foi feito um projeto de parcelamento, onde uma boa parcela desses funcionários com salário mais baixo receberia em dois meses. Outros em oito, outros em 12 meses, de maneira que as parcelas não impactassem no orçamento do clube", explicou.
"Essas pessoas que estão sendo desligadas, portanto, vão ter alguma receita garantida, além do auxílio-desemprego. Obviamente, passada a pandemia, no ano de 2021, é possível que aluns desses sejam recontratados, se não se reposicionarem no mercado de trabalho. Foram decisões muito bem planejadas, com consenso e, eu diria, até boa aceitação dos funcionários", concluiu o cartola.
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