Afastamento de Neca seria definitivo
Manuel Fontes, o Neca, fala sobre o seu afastamento da vice-presidência de futebol do Vasco, após pouco mais de dois meses ocupando o cargo. O presidente Roberto Dinamite acumulará a função por tempo indeterminado.
"A realidade dos fatos é essa mesma. Acordei hoje de manhã me sentindo mal. Procurei o meu médico, que me fez uma bateria de exames e constatou que realmente a minha pressão estava descontrolada, embora eu seja hipertenso já há uns dez anos, mas evidentemente controlado. Ele tentou controlar a coisa e achou uma certa dificuldade. Ele me aconselhou que eu me afastasse de qualquer atividade que eu estivesse exercendo, que me causasse estresse. Evidentemente que não foi difícil eu perceber e concluir que o estresse estava vindo em função dos problemas que eu estava vivendo no Vasco, ultimamente, com os resultados que o Vasco tem obtido. Então liguei para o Roberto. O Roberto entendeu a minha situação e aceitou o meu pedido de demissão. Dei plena liberdade para que o Roberto pudesse nomear uma pessoa, ou não. Mas no momento a situação é essa, que eu tenho que preservar a minha saúde, para me dedicar à minha família, porque tenho meus netinhos, que eu amo. Tenho que pensar neles", disse ao repórter Wagner Menezes, no programa "Giro Esportivo", da Rádio Tupi.
O dirigente responde se a sua decisão é definitiva.
"Para já, é. Agora, isso não quer dizer que eu não continue sentindo a mesma coisa que eu sinto pelo Vasco há muito anos, e não esteja disposto a colaborar de qualquer maneira com a diretoria que foi empossada agora recentemente".
Com as derrotas por 3 a 1 para Cruzeiro e Náutico, ambas em São Januário, o Gigante da Colina voltou à zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, ocupando a 17ª colocação, com os mesmos 26 pontos do Atlético-PR, mas ficando atrás no saldo de gols (-9 a -8), após 25 rodadas disputadas.
"Veja bem. Eu não chamaria de barril de pólvora. O Vasco está tentando sair de uma situação e não está conseguindo, em função de fatos que ocorrem freqüentemente. Vocês são testemunhas disso. No jogo com o Cruzeiro fomos vítimas de uma arbitragem desastrosa. Ontem não tanto, mas também meia tendenciosa. O fato é que nos últimos dois jogos, em que podíamos conquistar seis pontos, que seriam de uma importância enorme, a gente não conquistou. Isso mexe com qualquer vascaíno e, principalmente, quem está à frente do futebol, com uma responsabilidade imensa sobre os ombros. Não é covardia, não é nada. É realmente um caso de saúde. Eu estaria disposto, se tivesse saúde, a enfrentar a situação até o final, fosse qual fosse o resultado. Mas nesse momento tenho que pensar mais seriamente na minha saúde".
"Obrigado. Muito obrigado a vocês todos. Eu queria registrar que, nesse pouco tempo em que estive à frente do futebol do Vasco da Gama, o nosso relacionamento com a imprensa sempre foi o mais cortês possível, e só fiz amigos. Obrigado e uma boa noite para todos".