Adriano Mendes revela que salário de Abel é maior que o de Luxemburgo
A crise na diretoria do Vasco ganhou mais um capítulo na tarde de hoje (20). Adriano Mendes, vice-presidente de Controladoria e membro do grupo "Desenvolve Vasco", entregou o cargo e, em nota, fez críticas ao presidente Alexandre Campello. Ele é o terceiro nome a deixar a diretoria vascaína nos últimos dias. Anteriormente, João Marcos Amorim, então vice de de Finanças, e Horácio Junior, assessor da presidência, renunciaram aos respectivos postos.
Vale ressaltar que, hoje, o Vasco completou quatro meses de salários atrasados e a cúpula ainda busca soluções. Após a partida contra o Bangu, em São Januário, na estreia no Campeonato Carioca, o mandatário foi duramente criticado pelos torcedores presentes.
No documento publicado na página da "Desenvolve Vasco" e assinado por Adriano Mendes, o ex-dirigente faz um resumo da passagem pelo Cruzmaltino, Adriano aponta como motivos para a saída do clube divergências em relação ao orçamento para o ano de 2020, elaborado por um grupo do qual ele fez parte.
Adriano revela ainda que o técnico Abel Braga foi contrato por um salário maior que o de Vanderlei Luxemburgo, além da contratação do atacante Germán Cano e negociações em andamento "sem comunicação prévia ao Departamento Financeiro para avaliação da sua adequação ao fluxo de caixa do Clube, mesmo com a delicada situação financeira que o Clube atravessa, inclusive com salários em atraso".
Ele ressalta ainda a "falta de priorização na destinação dos recursos financeiros, de acordo com as premissas estabelecidas pelo Plano de Recuperação do Clube, para o pagamento de impostos, salários em atraso e fornecedores estratégicos, fugindo ao senso comum a lógica de não se efetuarem quaisquer outros pagamentos antes desses citados, como efetivamente tem ocorrido".
O ex-vice de Controladoria ressaltou também que "dos R$ 3,3 Milhões mensais previstos no Orçamento de 2020, cerca de R$ 1,5 Milhão referem-se a pagamentos para atletas que não serão aproveitados no elenco atual ou há muito não vêm atuando pelo Clube".
"Todos esses pontos foram densamente debatidos com o Presidente Campello. Hoje tenho claro que sua visão é amplamente divergente da minha, o que restou reforçado pelo conteúdo de suas afirmações em vídeo publicado pelo Clube nos últimos dias. Não se trata, portanto, de uma pequena divergência conceitual, facilmente contornável. Ao contrário.
Acredito que nada é mais relevante do que conseguirmos a completa e definitiva recuperação financeira do Vasco da Gama em 2023, como previsto no Plano de Recuperação Financeira que todos os participantes da gestão conhecem, além da imprensa esportiva e da comunidade vascaína, uma vez que foi apresentado ao público em Evento para Investidores realizado em 2019. Esse foi um compromisso por mim assumido em 23 de janeiro de 2018 quando da minha chegada ao Clube. Não podemos hesitar na execução desse Plano, não podemos desviar de seus trilhos", disse Adriano, em trecho da nota.
Fonte: UOL