Futebol

Adilson mobiliza atletas e cita treinadores nos quais se baseia

Com pressa para empurrar o Vasco para fora da zona de rebaixamento, Adilson sabe que o tempo é escasso para implantar seus métodos de trabalho, seu sistema de jogo e um jeito mais explosivo para induzir o raciocínio do atleta na hora de jogar futebol. Durante os treinos do time, ele nem sempre é dos mais agradáveis na hora de corrigir um posicionamento ou pedir uma jogada mais simples. Na sexta-feira, no resort de Atibaia, o treinador citou referências de técnicos que fizeram e ainda fazem história no futebol brasileiro. Ênio Andrade, Felipão, Oswaldo de Oliveira e até Falcão, com quem trabalhou na seleção brasileira no início dos anos 1990.

Os ouvidos não precisam nem estar tão atentos para escutar as orientações do técnico do Vasco. Sobra para todos lados. Marlone, Fagner, Yotún, Jomar e Abuda foram os 'alvos' preferidos do treinador, que provoca a reação do jogador a escolher a jogada certa por dedução, antes até da bronca ou orientação do comandante vascaíno.

- Vamos, Jomar, quem é que está livre? Para quem você deve passar a bola? Olha a linha de quatro aqui - dizia o treinador fazendo referência ao posicionamento do time.

O técnico lembra que essa cobrança serve também para que ele perceba quem está ligado na atividade do treinamento e quem não presta tanto atenção nos ensinamentos durante o treino.

- É um jeito de trabalhar induzindo uma reciprocidade ao atleta, questionando a ação, para ver se o jogador está atento. São situações de jogo, coisas que vão encontrar numa partida. A gente acompanha essa reação até para ver se o jogador está ligado, se está comprometido. Se não tiver, posso até pensar em mudanças com relação à escalação - afirmou Adilson.

Intenso no trabalho de bolas paradas, Adilson lança mão de estatísticas na hora de pedir firmeza na atividade aos jogadores. Pediu para que os jogadores pensassem na melhor forma de utilizar a jogada de bola parada para definir a partida.

- Quando se mexe corretamente (na hora da bola parada), em 30% a 40% das vezes sai gol - disse o técnico, durante o treinamento de jogadas ensaiadas.

Para Adilson, o método de trabalho que provoca o atleta a pensar também faz com que a produtividade dele cresça. Como aconteceu com ele quando era zagueiro e passou pelas mãos de grandes treinadores do futebol brasileiro.

- Aprendi muito com alguns nomes, como Ênio Andrade, Felipão, Oswaldo (de Oliveira), Falcão, entre muitos outros. Cresci profissionalmente assim e procuro ensinar aos jogadores da mesma maneira - lembrou o treinador do Vasco, que se fez barreira para cobranças de falta de Marlone e Yotún e pegou no pé dos jogadores.

- Não precisa ter medo de bater em mim não - pedia o técnico, quando via que os jogadores estavam batendo longe do gol.

Fonte: ge