Adhemar Ferreira, ex-Vasco, entra para o Hall da Fama da Iaaf
Adhemar Ferreira da Silva representará o Brasil no Hall da Fama da Federação Internacional de Atletismo (Iaaf, na sigla em inglês), criado como parte das celebrações pelo centenário da instituição. O atleta do salto triplo, falecido em 2001, será homenageado juntamente com outros 11 atletas na inauguração do Hall. Ao longo do ano, outras 12 personalidades do esporte serão indicadas.
- A criação do Hall da Fama é uma forma excelente de honrar as conquistas dos nossos maiores atletas, assim como também de atrair a atenção do público para o esporte e mostrar o quão rica é a nossa história disse o presidente da Iaaf, Lamine Diack.
Adhemar Ferreira da Silva salta para conquistar seu 1º ouro olímpico, em Helsinque (Agência Getty Images)
Para fazer parte do selecionado, era necessário ter conquistado pelo menos duas medalhas olímpicas ou de campeonatos mundiais, além de ter batido, pelo menos uma vez um recorde mundial, além de ser aposentado há no mínimo dez anos. Além do brasileiro, serão lembrados neste primeiro momento Jesse Owens, Carl Lewis, Fanny Blankers-Koen, Abebe Bikila, Paavo Nurmi, Emil Zatopek, Al Oerter, Ed Moses, Betty Cuthbert, Jackie Joyner-Kersee e Wang Junxia.
Adhemar Ferreira da Silva nasceu em 1927 e foi o primeiro bicampeão olímpico do país. No salto triplo, o paulista conquistou o ouro nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952, e Melbourne, na Austrália, em 1956. Em Jogos Pan-Americanos, foi tricampeão: ouro em Buenos Aires (1951), Cidade do México (1955) e Chicago (1959). Na competição mexicana,o triplista fez a melhor marca da carreira e quebrou o recorde mundial na modalidade pela quinta vez. Na ocasião, saltou 16,56m.
Fora das pistas, o atleta também era diferenciado. Falava inglês, francês, era escultor formado pela Escola Técnica Federal de São Paulo, além de ter cursado Educação Física na Escola do Exército, Direito na Universidade do Brasil (atual UFRJ) e Relações Públicas na Faculdade Cásper Líbero. O trabalho enquanto não estava treinando, inclusive, o fez trocar o São Paulo, clube que defendia há mais de uma década, pelo Vasco. No Rio de Janeiro, ele trabalhou como colunista do Jornal Última Hora, de Samuel Wainer. No âmbito artístico, participou ainda de peças de teatro e do filme Orfeu Negro, de 1962.
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