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Ação na Justiça indica que votos de sócios mortos foram registrados na AGE

Um grupo de sócios-proprietários do Vasco entrou com uma ação no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, na sexta-feira passada, para que seja realizada uma perícia na lista de associados que votaram na Assembleia Geral, em 30 de abril, que aprovou a mudança no estatuto para que fosse possível a constituição da SAF. A denúncia é que foram computados votos de dois associados que já morreram. O Vasco já identificou os dois casos e estuda como tomar medidas cabíveis.

Os três sócios pertencem ao grupo "Caravela Cruz-Maltina" e apresentaram documentos que provam que os ex-associados Maurício de Araújo Mattos (falecido em dezembro de 2020) e Álvaro Araújo dos Santos (falecido em abril de 2017) tiveram votos registrados em seus nomes na AGE do último dia 30 de abril. A ação também pede uma outra perícia na lista de sócios aptos a votar na AGE que definirá sobre a venda de 70% da SAF para a 777 Partners.

- Não é uma ação para anular a AGE. Queremos uma perícia na lista de sócios. Identificamos muitas irregularidades. Protocolamos o pedido para ter acesso à lista de sócios que votaram, mas o Vasco não apresentou. Conseguimos a lista em um cartório. A lista tem 59 páginas. Foi um trabalho manual. Fazer essa apuração muito difícil, mas conseguimos identificar algumas irregularidades. Não conseguimos analisar tudo. Pedimos para que a Justiça possa fazer uma perícia na lista da AGE passada e da próxima AGE. Para que tenhamos um processo com lisura, tudo certinho. Identificamos 110 casos de matriculas duplicadas, identificamos 40 pessoas já falecidas na lista de sócios aptos a votar. Dessas, temos a comprovação de que dois votaram. Conseguimos a certidões de óbito – disse o sócio-proprietário Oswaldo Valente, do grupo “Caravela Cruz-Maltina”. Ele ainda afirmou que esse não é um movimento político e disse que vários participantes de seu grupo são a favor da SAF, mas buscam lisura no processo.

Procurado pelo ge, o presidente da Assembleia Geral, Otto Carvalho, confirmou que identificou os dois casos apontados na ação e estuda medidas cabíveis.

- Os sócios estavam com cadastros ativos. Alguém votou por eles. Estamos buscando as informações para tomar as medidas cabíveis. O clube não foi informado sobre as mortes. Só ficamos sabendo quando as famílias comunicam. Por isso sempre reforçamos a questão dos cadastros atualizados. Os dois cadastros estavam ativos. E como os votos foram eletrônicos, portanto, temos os registros. Já foram identificamos dois casos – disse Otto Carvalho, presidente da Assembleia Geral do Vasco.

Um dos sócios identificados é Maurício de Araújo Mattos, que faleceu em 2020. Ele era do Grupo Identidade Vasco e foi conselheiro em um dos mandatos de Roberto Dinamite. Seu filho também participa da vida política do clube foi candidato ao conselho pela chapa de Roberto Monteiro, em 2014, como informou o site "Jogada 10".

Sobre o fato de o grupo não ter conseguido acesso alista de votantes na secretaria do Vasco, o clube alega que a lei protege a exposição de dados dos sócios.
 

Fonte: ge