Política

Ação da "Mais Vasco" em paralelo pode mudar rumos da eleição

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro julga hoje (17), de maneira virtual, por volta das 13h30, a validade da eleição presencial realizada pelo Vasco, em São Januário, em 7 de novembro. A sessão é encarada como o capítulo mais importante até aqui no imbróglio judicial que se transformou o processo eleitoral do clube e pode ser decisiva na definição de quem será o próximo presidente cruzmaltino: Jorge Salgado ou Leven Siano.

O colegiado será composto por cinco desembargadores, sendo Camilo Ribeiro Rulière o relator que, ontem (16), já anexou seu voto no sistema do TJ-RJ.

Os advogados das chapas dos candidatos poderão acompanhar o julgamento, mas não há direito a contestação. Este tema, aliás, chegou a ser motivo de um pedido de alteração do formato por parte do presidente da Assembleia Geral, Faues Cherene Jassus, que entendia que os representantes jurídicos dos candidatos deveriam se manifestar. No entanto, uma alteração no modelo adiaria o julgamento para depois do recesso judiciário, que vai de 20 de dezembro a 6 de janeiro e, diante desta situação, o dirigente decidiu por retirar a solicitação, mantendo a sessão para hoje e nos mesmos moldes.

Na última segunda-feira (14), o desembargador Camilo Ribeiro Rulière acatou o pedido de Jorge Salgado para ingressar no processo como terceiro interessado, entendendo que ele tem direito sendo discutido na causa. Com isto, o candidato da chapa "Mais Vasco" tem garantida sua ampla defesa e o contraditório no julgamento.

Por conta da data da sessão, qualquer recurso que, por ventura, for ingressado após a decisão de hoje (17) só deverá ser julgado após o recesso judiciário.

Ação em paralelo também pode mudar rumos da eleição

O julgamento de hoje tem grande peso, mas paralelamente corre uma ação importante e que ainda não foi julgada. Ela é de autoria da chapa "Mais Vasco" e pede a nulidade da eleição do dia 7 de novembro.

Num documento de 28 páginas, a peça reúne uma série de denúncias que tentam convencer o judiciário de que o pleito presencial naquela data foi cercado de irregularidades.

Ainda não há uma data certa para que esta ação seja julgada, mas algumas pessoas acreditam que uma decisão pode acontecer ainda antes do recesso judiciário.

O julgamento

O julgamento acontecerá por volta das 13h30 e, além do relator Camilo Ribeiro Rulière, também terá como votantes os desembargadores Custodio De Barros Tostes, Fabio Dutra, Jose Carlos Maldonado De Carvalho e Sergio Ricardo De Arruda Fernandes.

A publicação da decisão no Diário Oficial acontecerá no dia seguinte (18), última data de atividade antes do recesso.

Entenda o imbróglio

Com todo o imbróglio envolvido, o Vasco acabou tendo duas eleições: uma em 7 de novembro, de forma presencial, em São Januário, e uma dia 14, de maneira on-line. A primeira — com uma contagem controversa — apontou Leven Siano, da chapa "Somamos", com mais votos, e a segunda, indicou Jorge Salgado, da "Mais Vasco", como vencedor.

O pleito do dia 7 aconteceu após decisão do desembargador Camilo Ribeiro Ruliére, na noite anterior. Porém, faltando cerca de duas horas para o fim da votação no ginásio vascaíno, uma movimentação do Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o evento.

Diante da decisão judicial e em meio a idas e vindas sobre a continuidade da votação, as chapas "No Rumo Certo", de Alexandre Campello, "Mais Vasco", de Jorge Salgado, e "Sempre Vasco", de Julio Brant, se retiraram do pleito. Já a "Somamos" e a "Aqui é Vasco", de Sergio Frias, permaneceram e realizaram a apuração mesmo sem o presidente da Assembleia Geral e os fiscais dos outros grupos. Na contagem, Leven Siano foi apontado com mais votos.

No dia 14, após novas movimentações judiciais, houve outra eleição, desta vez de maneira on-line e somente entre "Mais Vasco" e "Sempre Vasco", já que Leven Siano e Sérgio Frias se recusaram a participar, enquanto Alexandre Campello retirou a candidatura. Nela, Jorge Salgado foi apontado como vencedor.

Fonte: UOL Esporte