Futebol

Abel comemora melhora de Ricardo e fala sobre ser treinador

Abel Braga já se emocionou muito com a situação do amigo Ricardo Gomes, que sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) no último fim de semana e segue internado em um hospital da Zona Norte do Rio de Janeiro. A evolução diária do treinador vascaíno, porém, também foi motivo de alegria para Abelão. Após o treino do Fluminense nesta sexta-feira, nas Laranjeiras, ele lembrou que o estilo de vida de Gomes ajuda na recuperação e revelou que gostaria de ter um estilo mais calmo à beira de campo.

- Fico muito feliz pela recuperação dele. Acho que tem a ver com a qualidade de vida dele. Ricardo é um cara que se cuida. E olha que é estressante ser treinador hoje em dia. Assim como todos queremos sempre fazer o nosso melhor. O torcedor quer sempre vencer e queremos colaborar. Até por isso, nos preocupamos demais e colocamos muita responsabilidade em nós mesmos. Eu coloco para fora e às vezes me acho um maluco em campo. Não queria ser assim. Preferia ser light como o Toninho Cerezo. Esse não vai morrer nunca (risos). Ganhou ou perdeu e ele está sempre rindo. Só pode ter trabalhado no circo quando era mais novo. Recentemente nos enfrentamos no Oriente e eu venci fora de casa. Depois da partida ele estava tenso e eu nervoso. Como pode isso? - indagou o técnico, revelando um de seus segredos.

- Tenho 59 anos e não parece. Quando parei de jogar no Botafogo, engordei 12 quilos em dois meses. Sempre tive essa tendência. Mas eu me cuido muito com homeopatia. Há mais de 20 anos tomo uma pílula de alho alemã. Não tenho febre, dor de cabeça, gripe, nada... Estou excelente apesar do peso. Minha pressão é ótima também. Todos precisam se cuidar, principalmente os treinadores. Dou minhas caminhadas, vou na academia...

O episódio recente com Ricardo Gomes levou Abel até a repensar sua aposentadoria. Segundo o treinador, sua expectativa inicial era parar com 55 anos. Mas dai veio o título da Libertadores e do Mundial de Clubes com o Internacional, contratos mais vantajosos e a vontade e seguir a carreira. Mas a pressão da família aumenta a cada dia.

- Meu filho sempre reclama. Eu disse que ia parar com 55. Mas depois dos títulos no Internacional a coisa mudou financeiramente. Dai eu resolvi ganhar dinheiro, né? (risos). Agora me dou mais uns quatro, cinco anos. Meu ciclo está perto do fim e falta pouco para eu pendurar o apito. O problema do Ricardo me fez repensar. Eu senti o que ele sentiu. O achei muito bem uma semana antes, quando nos vimos no Fluminense e Vasco - lembrou.

Fonte: ge