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Abel Braga conversou com W. Silva e diz que atleta está tranquilo

O técnico do Fluminense, Abel Braga, revelou nesta sexta-feira que conversou com o lateral-direito Wellington Silva sobre o espancamento do meia Bernardo, do Vasco, no Complexo da Maré. Apontado como responsável por evitar a morte do jogador vascaíno, Wellington afirmou que estava na favela no momento da agressão, mas em outro local. Abel contou que conversou com seu comandado assim que chegou às Laranjeiras na manhã desta sexta.

- O Wellington está tranquilo, eu fui perguntar para ele porque não sabia do caso, eu soube chegando aqui hoje. Ele falou que estava com a mãe na favela, mas não no local, e que já foi chamado para prestar depoimento. A investigação está em curso, eu confio nele e não tenho mais nada a declarar.

Wellington Silva treinou normalmente na manhã desta sexta, nas Laranjeiras. Em recuperação de uma fratura no pé esquerdo sofrida no início de março e ainda sem previsão de voltar aos campos, o jogador realizou exercícios na cama elástica sob a supervisão do fisioterapeuta Carlos Soter. Depois, também trabalhou com bola no gramado ao lado do fisioterapeuta Fábio Marcelo.

De acordo com as investigações preliminares sobre o caso, Wellington Silva teria sido \"chamado\" quando os traficantes começaram a espancar Bernardo por seu envolvimento com a mulher de um dos chefes da favela e ainda convencido os mesmos a pouparem o apoiador vascaíno argumentando que, se o jogador morresse, \"a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte\". Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, Wellington negou que tenha encontrado o amigo na comunidade, mas confirmou que esteve no local para visitar a sua família que mora na região. O lateral-direito do Fluminense, porém, admitiu que, em contato telefônico com o meia, soube de toda a história. Ele e Bernardo foram intimados a prestar depoimento pelo delegado José Pedro Costa, titular da 21ª DP (Bonsucesso).

Sequestro e agressão

Segundo informações da polícia, no último domingo, Bernardo foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Dayana Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.

Bernardo e Dayana teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa na Vila do João, onde teriam sido deixados nus, amarrados com fita crepe, torturados com choques elétricos e espancados.

Dayana levou sete tiros nas pernas, segundo a polícia, e apenas dois, de acordo com informação da Secretaria Municipal de Saúde. Depois, foi libertada e atendida no Hospital Santa Maria Madalena, na Ilha do Governador. De lá seguiu para o Hospital Souza Aguiar, onde passou por duas pequenas cirurgias e permaneceu até esta quinta-feira. O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) sob o registro de ocorrência 037-02705/2013 e está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).

Fonte: ge