A serenidade de quem já se habitua a vencer
No vestiário do Vasco, as manifestações de euforia eram restritas a dirigentes voluntários.
Jogadores e comissão técnica recebiam a primeira vitória sobre o Flamengo após dois anos com a tranquilidade de um time que, antes desacreditado, começa a se acostumar a vencer grandes jogos. Na atual temporada, a invencibilidade é de 11 jogos. Coube, outra vez, ao técnico Dorival Júnior apontar erros mesmo na vitória. Mas o comandante não deixou de elogiar a solidariedade do time.
Foi um jogo atípico por causa das expulsões. O fundamental é que você sente que há entrega dos jogadores, humildade.
Para ganharmos alguma coisa, este espírito não pode esmorecer elogiou Dorival, antes de listar o que viu de errado. Taticamente, não foi um grande jogo, nem do Vasco, nem do Flamengo. Em especial no primeiro tempo, não fomos compactos, perdíamos quase todas as segundas bolas e, no ataque, não rodamos a bola como costumamos fazer.
O fato é que, mesmo com os erros, o Vasco já supera o desempenho em clássicos do ano passado inteiro. Em 2008, jogou 11 e ganhou só um. Este ano, tem duas vitórias e um empate.
Para ser um grande time, é preciso uma sequência mais farta advertiu Dorival, admitindo que o time evoluiu mais rapidamente do que esperava.
Um dos destaques do time, o zagueiro Fernando elogiou a postura do Vasco.
Este time não admite ver um companheiro em desvantagem.
Os clássicos foram o espelho da nossa competitividade disse, lembrando que já tivera atuações como a de ontem. As pessoas têm memória curta.
Já fiz jogos assim no Flamengo, indo à frente, driblando.
Fernando destacou o comando de Dorival Júnior: Dorival escolheu o elenco.
Conhecia os jogadores.
Retrato da liderança do técnico foi o gol de Jéferson, o segundo do jogo. Quando Rodrigo Pimpão arrancou com a bola, ouviu da área técnica a seguinte frase: tem um livre do outro lado. E deu o passe.
Dorival foi cobrado porque estaria trazendo jogadores sem peso comentou Jéferson.
Meu gol vai para o Carlos Alberto. Ele ficou chateado com a expulsão.
O Vasco se mobilizou para defender seu astro, expulso ainda no primeiro tempo.
Não quero atacar ninguém, mas o juiz não apitou com a intensidade que deveria, com aquele grito das torcidas. Tanto que Carlos Alberto sequer hesitou em seguir no lance disse Dorival. Carlos Alberto está dando uma resposta em campo.
Mudando sua atitude. Ele não espera mais as bolas com o braço aberto. Está na hora de as arbitragens observarem isto.
O meia recebeu os companheiros no vestiário e explicou que não ouviu o apito. Lembrou, até, que o goleiro Bruno manteve-se ativo no lance.
Alguns critérios foram lamentáveis disse o diretor-executivo Rodrigo Caetano. Está um pouco personalizado em cima do Carlos Alberto. O Obina fez um gol em impedimento e cadê o cartão? Com as expulsões, Dorival Júnior pode ter um problema na lateral esquerda. Ramon está suspenso e Edu, que levou de Bruno uma pancada na cabeça, foi levado para um hospital para ser avaliado. Fernando Galhardo, contratado em janeiro, não correspondeu e foi devolvido.
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