A análise de Vasco 3 a 2 sobre o Avaí pela Copa do Brasil
A quinta-feira em São Januário começou com homenagem a Eurico Miranda e teve susto, mas terminou bem, na medida do possível – poderia ter sido melhor. Na vitória por 3 a 2 sobre o Avaí, o Vasco foi do inferno ao céu e parou no meio termo: depois de sair perdendo, abriu 3 a 1 e levou o segundo gol já perto do fim da partida de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Sobrou para Alberto Valentim na inspirada noite de Danilo Barcelos.
O técnico do Cruz-Maltino foi xingado por parte da torcida presente em São Januário depois do segundo gol do Avaí. A irritação foi por causa da entrada de Andrey no lugar de Thiago Galhardo, minutos antes, em vez de Lucas Santos ser colocado em campo, como a torcida havia pedido.
Em campo, viu-se vários “Vascos” contra o Avaí. Um time que começou nervoso, levou um gol e se assustou. Demorou a conseguir se achar em São Januário, mas graças à inspiração de Danilo Barcelos virou. Veja, abaixo, como o Cruz-Maltino chegou à vitória por 3 a 2, que dá a vantagem do empate na Ressacada:
O Vasco começou a partida em São Januário muito distante do que tem sido apresentado no Campeonato Carioca. O time comandado por Alberto Valentim, por problemas individuais e coletivos, não conseguia criar jogadas e apostava só em cruzamentos para a área, sem sucesso. O gol cedo do Avaí aumentou ainda mais o nervosismo.
Com triangulações pelos lados, que acabavam quase que invariavelmente em bolas alçadas à área do Avaí, o Vasco demorou a conseguir assustar o adversário desta quinta-feira. Enfrentava problemas diversos no setor de criação por causa da marcação forte dos visitantes.
Galhardo mais próximo de Maxi, e Lucas Mineiro na armação
Diante do placar adverso, o Vasco decidiu tentar pressionar ainda mais o Avaí. Os jogadores foram ao ataque e se posicionaram com Thiago Galhardo quase como um atacante, ao lado de Maxi López. Marrony, pela esquerda e muito abaixo do esperado, e Pikachu, pela direita, jogavam a bola na área a todo custo.
A armação das jogadas, então, ficou a cargo de Lucas Mineiro. O volante canhoto, habilidoso, pegava a bola nos pés dos zagueiros e tentava levá-la até um dos laterais, um dos pontas ou um dos atacantes. Com paciência, o Vasco começou a conseguir dar trabalho para o Avaí. Até que empatou, de falta, com Danilo Barcelos.
Que noite do lateral-esquerdo do Vasco, hein? Contratado no início do ano e ainda em lua de mel com a torcida depois de salvar o que seria o segundo gol do Flamengo, no clássico do último fim de semana, Danilo Barcelos deu mais sinais de que corresponderá às expectativas durante o ano.
Diante do Avaí, fez o primeiro gol, de falta, cobrou outras bolas paradas com qualidade e ainda cruzou para Rossi marcar o segundo gol do Cruz-Maltino, de cabeça. No fim, ganhou elogios de Alberto Valentim, depois de seu terceiro gol em dois meses.
- A batida na bola dele é muito boa. Ele tem uma batida muito boa na bola parada. Não só nas bolas paradas, mas em movimento também. E em cima de treinamentos. Não adianta só ter o dom se não treinar. É mérito.
Com Bruno César, Thiago Galhardo cresce
O primeiro tempo do setor de criação do Vasco foi abaixo do esperado. Não só pela boa marcação do Avaí, mas por falta de movimentação e inspiração de Thiago Galhardo, muito preso a Maxi López perto da área. Com a entrada de Bruno César no segundo tempo, porém, o Cruz-Maltino melhorou.
Com o camisa 10 em campo, a marcação do Avaí tinha mais uma preocupação no meio e sofreu para pará-la. Bruno César deu qualidade ao setor de criação do Vasco e facilitou, consequentemente, a vida de Thiago Galhardo. Os dois tabelaram, chegaram à área e elevaram o nível em São Januário.
Ao mesmo tempo, é claro, o Cruz-Maltino perde poder de combate à frente da zaga, já que ambos não têm características defensivas. Por isso, Alberto Valentim ainda reluta em colocá-los juntos desde o início dos jogos.
Alberto Valentim deixou o gramado de São Januário aos gritos de “burro” e sob vaias por que optou pelo volante Andrey na vaga de Thiago Galhardo pouco antes de o Avaí fazer o segundo gol – torcedores pediam a entrada do atacante Lucas Santos.
Àquela altura, perto dos 40 do segundo tempo, porém, num jogo mata-mata, com dois gols à frente no placar e em casa, seria improvável que Alberto Valentim tirasse um meia, já com sinais de desgaste, para colocar um atacante. Sem dúvidas, abriria ainda mais a equipe. Por isso, Andrey foi o escolhido, mesmo sem culpa no gol.
Fonte: ge