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Vasco vive momento de guerra com a FERJ. Entenda!

Se a relação entre o Vasco e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) já não era boa, ela tornou-se insustentável após o impedimento não marcado do volante do Flamengo Márcio Araújo, que culminou no título carioca do Rubro-Negro. Uma guerra nos tribunais está para ser iniciada, há ameaças de desfiliação do clube, boicote e questões políticas estão por trás de tudo isto.

O primeiro desdobramento da crise foi consumado nesta terça-feira com a saída de Luciana Lopes, filha do presidente da Ferj, Rubens Lopes, do Vasco. Seu escritório de advocacia prestava serviços ao clube e a advogada defendia diversas causas do Cruzmaltino, como no caso de doping do apoiador Carlos Alberto.

A relação entre o clube e Luciana já não era das melhores nos últimos tempos e se tornou ainda pior com o notório rompimento entre o seu pai e o presidente do Vasco, Roberto Dinamite.

Não bastasse isso, Rubinho possui uma relação íntima de amizade com Eurico Miranda, desafeto de Dinamite e candidato à presidência do Cruzmaltino. O ex-deputado chegou a defender o presidente da Ferj publicamente quando Vasco, Flamengo e Fluminense se posicionaram contra a reeleição do dirigente na entidade.

A Federação, por sua vez, não faz questão de deixar de alfinetar o clube de São Januário quando pode. No mês passado, em coletiva para anunciar um fórum que irá propor mudanças no Campeonato Carioca, Rubens Lopes ironizou o Vasco ao citar uma suposta dívida de R$ 1,2 milhão em empréstimos. Na ocasião, o vice-presidente geral do Vasco, Antônio Peralta, estava presente.

Publicamente, os dirigentes do Vasco adotavam o discurso de respeito e confiança na lisura do Estadual, mas nos bastidores as palavras eram de convicção de que o clube seria prejudicado na competição, mesmo antes da fase final.

Além do processo contra a Ferj na Justiça Comum pedindo indenização por conta do erro crucial da arbitragem na final e o pedido de anulação da partida no Tribunal de Justiça Desportiva, o clube ameaça se desfiliar da Federação bem como disputar o Campeonato Carioca de 2015 com uma equipe sub-23.

Diretor-geral do Vasco, Cristiano Koehler prefere não fazer acusações de má fé, mas destaca a recorrência pela qual o clube tem sido prejudicado:

"Eu não sou um cara que trabalho com suposições, trabalho com evidências. Jamais acuso alguém sem ter evidências, mas que há erros sistemáticos há anos contra o Vasco, isso são fatos e dados. Não precisa estar aqui para saber. Se buscar essas informações na internet, verão. Há muito tempo o Vasco tem sido prejudicado. Não estou aqui para supor algo ou para querer blefar sobre qualquer assunto relacionado a essas questões.  Não estou dizendo que as pessoas são sem vergonhas ou corruptas, mas há evidências que demonstram erros sistemáticos".

Ainda revoltado com o erro de arbitragem na final do Campeonato Carioca, o presidente Roberto Dinamite analisou se o termo "roubo" era bem apropriado.

"Não podemos falar que roubou, senão temos de responder por isso, mas não existe uma palavra mais certa. Tiraram um direito nosso. Até quando isso irá continuar?", indagou.

No pedido de indenização que o Vasco irá fazer na Justiça Comum contra a Ferj serão citados os prejuízos financeiros do clube com a perda do título. O cálculo cruzmaltino é de cerca de R$ 20 milhões.

Os vascaínos também levantam a suspeita de que a súmula da partida, que deu gol para o atacante Nixon, foi um processo orquestrado.
Além do episódio de Márcio Araújo, o Vasco também foi prejudicado na Taça Guanabara, outra vez contra o Flamengo, quando Douglas teve um gol mal anulado.

Fonte: UOL Esporte