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Título poderá ajudar Vasco e Botafogo nas finanças

O tamanho da expectativa de torcedores vascaínos e botafoguenses em levantar a taça do Campeonato Estadual é proporcional às dívidas contraídas pelos dois clubes.

Nos balanços financeiros divulgados nesta semana, Vasco e Botafogo, juntos, fazem a final do déficit de R$ 1,5 bilhão. O Vasco fechou suas contas de 2014 com um passivo de R$ 688 milhões, enquanto o Alvinegro atingiu um endividamento da ordem de R$ 848 milhões.

Embora as premiações oferecidas ao campeão e ao vice — R$ 3,5 milhões e R$ 1 milhão — pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) não sejam suficientes para tapar o enorme buraco, a expectativa é que novas receitas sejam impulsionadas a partir do entusiasmo dos torcedores. Como são as vitórias que alimentam a paixão, um título poderá ser capaz de dar início a um ciclo virtuoso que colabore com o saneamento das contas dos clubes.

— O que posso dizer é que, historicamente, um título pode fazer aumentar o número de sócios-torcedores, sócios-proprietários e atrair potenciais patrocinadores — diz Bernardo Santoro, vice-presidente de finanças do Botafogo: — Se eu fosse colocar em palavras a situação em que encontramos o Botafogo (em janeiro de 2015), elas seriam insuficientes.

Os números botafoguenses dão razão a Santoro. Em 2014, o déficit alvinegro foi de incríveis R$ 174 milhões, contra os R$ 74 milhões registrados na temporada anterior. E a previsão para este ano não é das melhores, já que o Botafogo foi rebaixado e disputará a Série B do Brasileiro, competição muito menos atrativa do ponto de vista financeiro do que a Série A. Assim, a perspectiva é que o clube tenha outra temporada de aperto no quesito das finanças. Quem dá o tom realista é o próprio vice:

— O objetivo no ano é ficar zerado, sem pendências .

O cenário em São Januário não é dos mais animadores. Na sexta-feira, o clube publicou um balanço cheio de ressalvas feitas ao último ano da gestão Roberto Dinamite. O documento aponta que a dívida total do Vasco saltou R$ 33 milhões no ano passado. O faturamento vascaíno, por sua vez, caiu de R$ 157 milhões para R$ 129 milhões.

No parecer que precede o raio-x financeiro, os auditores independentes deixaram um alerta:

“O Vasco não dispõe de recursos suficientes para liquidar suas obrigações no curso normal de suas atividades. Assim sendo, sua redução de endividamento dependerá da realizaçação dos recebimentos dos direitos a receber, bem como a continuidade das ações e apoio de seus administradores para a obtenção e redução e renegociação de obrigações no montante que garanta a continuidade das operações no curso normal de suas atividades”.

Procurado pelo Jogo Extra, o presidente Eurico Miranda disse não se manifestaria, pois “as finanças do Vasco só interessam ao Vasco”

Fonte: Extra Online