Jogo de hoje vai ser marcado também pela richa dos então presidentes
Domingo, 19/11/2017 - 10:40
Eurico Miranda e Mario Celso Petraglia só frequentam a mesma mesa em caso de última necessidade, como nos arbitrais do Brasileirão. Os mais notórios dirigentes de Vasco e Atlético Paranaense não se bicam desde os anos 90. Atritaram diversas vezes, a última no arbitral 2017, quando Eurico puxou a votação para banir a grama sintética da Arena da Baixada para 2018. Petraglia passou o ano costurando o fim do veto e espera mudar no próximo arbitral.
Possivelmente, Petraglia não verá Eurico como representante do Vasco, dada a decisão judicial que anulou a urna 7 e deu a vitória nas últimas eleições vascaínas a Julio Brant. A guerra política do Vasco é mais grave, mas Petraglia também está na mira da torcida atleticana, revoltada com medidas impopulares e cujos sócios pleiteiam uma assembleia geral para desfazer decisões quanto ao plano de sócios e preços de ingressos, entre outros.
O atleticano era xingado jogo sim, jogo também, por uma parte da torcida que agora não tem entrado nos jogos em casa em forma de protesto. Eurico e Petraglia, gostem ou não, têm muito em comum. São tidos como polêmicos, arrogantes e centralizadores. Tocam seus clubes com mão de ferro e raramente veem suas decisões contestadas pelos conselhos.
Em meio a isso, um sonho de disputar a Libertadores 2018, muito mais próximo do Vasco, que persegue o G7 de perto e ainda pode se beneficiar com as eventuais conquistas de Flamengo na Sul-Americana e Grêmio na Libertadores. Cinco pontos mais longe está o Atlético, que praticamente encerrará qualquer expectativa de G7, 8 ou 9 se não vencer o Vasco. Tanto é que Petraglia voltou a frequentar treinos e cobrar os jogadores.
Ele se afastou do clube por cerca de três meses, pelo menos oficialmente. Seguia nos bastidores negociando pelo Atlético nas mais diversas áreas. Quando surgiu a manifestação pela Assembleia, que é soberana em decisões pelo Estatuto, voltou. Publicou uma carta em desacordo com a medida e uma postagem criticando o que chama de opositores, desconsiderando a fração cada vez maior de atleticanos descontentes. Tem um estilo de agir e segue fiel a ele.
Eurico, com anos de direção no futebol, pouco mudou. Tirando as limitações de saúde, segue polêmico, despertando amor de alguns e ódio de outros tantos. Acusado de ter fraudado a eleição que aconteceu no último dia 7, está com o pleito sub-júdice e pode ser destronado pelo novato Julio Brant, candidato de oposição que prega a renovação.
Na última decisão judicial, a urna 7, que havia sido separada para investigação após suspeitas sobre os 474 votos dela, foi desconsiderada em primeira instância. O caso cabe recurso, mas caso a decisão se mantenha, o dirigente terá sido derrotado na votação cruzmaltina.
Se sentindo perseguido, Eurico alega que o imbróglio nos tribunais têm prejudicado o desempenho da equipe na busca pela Libertadores, embora deixe claro que segue confiante numa vaga na competição sul-americana.
"Quero tranquilizar o corpo de funcionários, os credores do Vasco, e, principalmente, o time de futebol. Difícil que tudo isso não afete o futebol, a luta pela Libertadores, mas nós iremos chegar lá, com certeza", declarou o dirigente.
Sendo derrotado ou não no processo eleitoral, Eurico Miranda tem o atual mandato com validade até o dia 16 de janeiro de 2018.
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