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Ex-Vasco, goleiro criticado pela torcida ressurge no Botafogo-PB

O futebol redime. Para isso, é preciso muita força de vontade e ao menos uma nova oportunidade. Precisa querer. Buscar. Arriscar-se. Michel Alves fez tudo isto. E foi no Botafogo-PB que o goleiro encontrou a chance de dar a volta por cima e se reencontrar com um esporte que ele quase abandona. Foi no Belo que ele pôde voltar a entrar em campo e ter - e sentir - a confiança do seu treinador. O apoio de sua torcida. Justamente depois de viver o pior momento da sua carreira no Vasco. Eis os fatos. Logo após o rebaixamento do clube carioca em 2013, começava o drama do goleiro, que ficou parado por quase dois anos até a sua contratação pelo Belo em dezembro de 2015. Chegou como dúvida e se firmou como unanimidade.

Menos de um ano depois de ter chegado a João Pessoa, Michel Alves foi um dos sete jogadores que teve seu contrato renovado pelo clube paraibano para a próxima temporada. Não era para menos, até porque ele é um dos homens de confiança do treinador Itamar Schülle e foi o único do elenco alvinegro a jogar todos as partidas de 2016, um total de 50 jogos. 

Foram 16 partidas pelo Campeonato Paraibano, seis pela Copa do Nordeste, oito pela Copa do Brasil e 20 pela Série C do Brasileiro. Nestes 50 jogos, o goleiro levou 40 gols, numa média de 0,8 por jogo. 

Um recomeço e tanto para um jogador que encontrava extremamente dificuldades para retomar a carreira após deixar o Vasco:

- Eu tive a oportunidade de vir para o Botafogo, que me abriu as portas. E aqui eu pude demonstrar o meu trabalho. Estou muito feliz pela confiança de todos, pelo carinho do torcedor. Até porque eles (torcedores) sempre reconheceram o meu trabalho, que foi de muita dedicação e respeito pela camisa do time – explicou Michel.

O episódio com o Vasco foi um dos momentos mais difíceis da carreira do goleiro, já que ele foi um dos principais responsabilizados pelo rebaixamento do clube carioca para a Série B de 2014. 

Apontado pela torcida vascaína como um dos "culpados" pelo rebaixamento do Cruz de Malta, Michel Alves permaneceu toda a temporada de 2014 com vínculo com o clube vascaíno, mas afastado do time principal. 

No ano seguinte, ele entrou com uma ação trabalhista contra a equipe do Rio de Janeiro, alegando que estava sem receber 22 parcelas de FGTS, férias e 13º salário. E por causa do impasse, não pôde dar continuidade à sua carreira.

Chegou ao Belo no início do ano querendo recomeçar a vida de jogador. E admitindo que os problemas com o Vasco tinha demorado "mais do que deveria". Para completar, chegou ao time pessoense para substituir o maior ídolo recente do clube, o goleiro Genivaldo. E com a missão de superar o fato de estar há dois anos sem entrar em campo. 

A desconfiança estava no ar. Mas no fim, ganhou a confiança da diretoria, da comissão técnica e da torcida. E se firmou como o dono absoluto da camisa 1. Uma temporada depois, ele é só agradecimento:

- Eu pude contribuir com o Botafogo e vou ter a oportunidade de estar em mais uma temporada. Vamos tentar realizar coisas boas aqui. Eu sou agradecido à torcida, à diretoria e à comissão técnica. Agora é focar para chegar em 2017 com muita força. A gente conhece um pouco do clube e as coisas se tornam um pouco mais fáceis agora. Então é receber os novos os atletas, mostrar como é o clube, como ele funciona, como é o nosso torcedor e quais as metas e objetivos na temporada - destacou.

Ele não esconde: dentre todas as metas, a principal segue sendo o acesso para a Série B do Brasileirão, que escapou por pouco em 2016.

Fonte: ge