Ex-Vasco conquista a redenção no Macaé com título da Série C
Diego parecia em transe. Aos 31 minutos do segundo tempo, entrou na área sozinho e bateu de perna direita. A perna ruim. A bola, de uma maneira caprichosa, passou por entre as pernas do goleiro do Paysandu, estufou as redes e fez com que o autor daquele chute se desligasse do mundo naquele momento. Por poucos segundos, um filme resumiu 31 anos de vida e 10 de carreira e passou pela cabeça. Era o gol do título do Macaé. Era uma espécie de redenção do lateral-esquerdo.
- Eu não admitiria sair dali sem o título - revela.
Depois do transe, Diego precisou voltar ao normal. Afinal, restavam ainda mais de 15 minutos para que a conquista que havia prometido à sua família antes de sair de casa fosse, de fato, garantida. Mas dificilmente alguém ou alguma coisa tiraria esse gostinho do guerreiro Diego. Sim, ele foi um guerreiro. Deu assistência para o primeiro gol, colocou duas bolas na trave e ainda encontrou fôlego - não se sabe de onde - para aparecer na direita do ataque - não se sabe o porquê - e anotar o gol do título.
Difícil encontrar alguém que apostasse as fichas no lateral-esquerdo. Há dez anos, talvez, seria mais fácil. Naquela época, com 21 anos de idade, ele era lançado no Vasco da Gama. Porém, nunca se firmou por lá. E nem em qualquer equipe que tenha passado desde então - Olaria, Goiás, Figueirense, Vitória, Bahia, São Caetano e Mirassol foram algumas delas. A prova vem no seguinte fato: o título da Série C do Brasileiro foi também o seu primeiro na carreira profissional de jogador de futebol.
- Quando fiz o gol, passaram milhares de coisas na minha cabeça. É o meu primeiro título como profissional. Quando saí de casa, falei para minha família que não voltaria sem esse título, sem essa medalha. Quando fiz o gol, passou um filme muito grande na minha cabeça, de todas as dificuldades. Com todo respeito ao Paysandu, a toda essa nação, mas eu não admitiria voltar para casa sem o título - afirma.
Nascido em Macaé, Diego retornou à sua terra em junho deste ano, durante a paralisação da Série C para a Copa do Mundo. No entanto, revela: nem ele mesmo previa a glória no final dessa escolha.
- Se eu falar que previ isso aqui, é mentira. A gente trabalha, a gente luta, a gente corre atrás, batalha, mas a gente não esperava isso. Estamos muito felizes, eu estou muito feliz, o Macaé está muito feliz. Estamos muito satisfeitos com tudo isso - concluiu.
Fonte: geMais Lidas
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